Pela primeira vez, São José do Rio Preto conta com um censo específico para mapear a população em situação de rua. Realizado entre os dias 11 e 15 de março deste ano, o levantamento ouviu mais de 700 pessoas, revelando dados que traçam o perfil e as razões que mantêm esses cidadãos nessa condição. A dependência química e o acesso a serviços públicos estão entre os fatores que mais pesam na decisão de muitos em permanecer na cidade.
Segundo a secretária de Assistência Social, Helena Marangoni, dos 756 entrevistados, 152 nasceram em Rio Preto. Entre eles, quase metade (49%) apontou o uso de substâncias psicoativas como o principal motivo para estar nas ruas, e cerca de 78,7% afirmaram lidar com dependência química. Além disso, 47% indicaram que conflitos familiares também foram decisivos para buscar as ruas da cidade.
Em relação aos desejos dessa população, o censo destaca que 56% dos entrevistados almejam ter uma moradia, 48% querem um trabalho e 44% demonstram vontade de sair das ruas. Apenas 4% disseram querer permanecer na situação atual. A pesquisa ainda apontou que a maioria está na faixa etária de 30 a 49 anos e que 41% escolheram Rio Preto pela oferta de serviços, como alimentação e banho, oferecidos pela rede pública.
A concentração dessa população é maior na região central da cidade, o que tem gerado incômodo para comerciantes e moradores dos bairros vizinhos. Porém, ações sociais, muitas delas oriundas da iniciativa privada, têm ajudado a reduzir alguns impactos. De acordo com Agnaldo Roberto Pedroni, presidente da Associação Viva o Centro, o número de atos de vandalismo no local apresentou uma redução nos últimos tempos, resultado de esforços conjuntos entre sociedade e poder público.
Esses dados oferecem um panorama detalhado para que políticas públicas sejam aprimoradas e possam atender às necessidades reais dessa população vulnerável.
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