As políticas educacionais precisam de atualizações para prevenir e enfrentar casos de violências em ambientes escolares. Segundo o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Vitor Amorim de Ângelo (foto), é de se esperar que problemas enraizados na sociedade, como violência e racismo, ocorram também em escolas. Ele, no entanto, acrescenta ser este o “espaço mais propício para uma virada de jogo”, por meio do desenvolvimento, também, de políticas de convivência.
De Ângelo foi um dos participantes de uma das mesas de debate do 1º Seminário Internacional sobre Segurança e Proteção no Ambiente Escolar, sobre perspectivas de proteção no ambiente escolar.
Notícias relacionadas:Socióloga vê relação entre ataques a escolas e violências do cotidiano.Só teremos escolas seguras com regulação da internet, diz ministro.Cartilha online traz orientações preventivas contra violência escolar.“A escola não é uma bolha. Ela reflete o que há na sociedade. Por isso, é claro que há, por exemplo, casos de racismo e de violência nas escolas. Seria surpreendente que não houvesse, em um país que tanto defendeu armamento e tanto estimulou discursos de ódio. Não há, portanto, surpresa da chegada disso às escolas”, disse o presidente do Consed.
"Sujeito e objeto"
“Por outro lado, como educadores, temos a exata dimensão de que a escola não é uma instituição qualquer dentro dessa sociedade. Então ela é, a um só tempo, sujeito e objeto; estruturado e estruturante; bolha, no sentido de ser ambiente propício para a reflexão, e reflexo, no sentido de que ela não está apartada da sociedade”, acrescentou.
Dessa forma, acrescentou o representante dos secretários de educação, a escola é, também, “espaço propício para virarmos o jogo”, por meio de uma política educacional que se adapte às situações apresentadas. “Somos nós os responsáveis por tomar essas decisões, e não outras lideranças, como sindicais, eclesiásticas ou comunitárias. Elas podem até ser envolvidos nesse processo e no diálogo, mas ao fim somos nós os tomadores de decisões”.
Para De Ângelo, será necessário promover regime e política de colaboração nas comunidades escolares. Mas para tanto, acrescenta, é fundamental que se tenha uma “postura de humildade”, por parte dos profissionais de educação, no sentido de “reconhecer que apesar de termos um ponto de partida, temos sobre esse tema mais desconhecimento do que conhecimento”.
Dificuldades
A questão da violência nas escolas é, segundo ele, complexa, envolvendo a necessidade de tomadas de decisões urgentes e de respostas rápidas a situações e problemas extremos para os quais profissionais da educação nem sempre estão adequadamente preparados. “De educação, a gente entende, mas sobre esse assunto – e diante de situações desse tipo – nossas equipes sabem muito pouco. É tudo muito novo e desafiador.”
“Uma das grandes dificuldades de ser gestor de crises desse tipo, como secretário, é que, de imediato, você tem vários microfones diante de sua boca, pedindo respostas que você não tem. E você não pode dizer isso, porque não transmite segurança. Tem de dizer que a escola é segura, mesmo sabendo que ela tem fragilidades e que ela acabou de ser violentada; tem de dar respostas que garantam a tranquilidade das pessoas, mesmo sabendo estar diante do desconhecido”, observou.
Também presente no seminário, a secretária executiva do Ministério da Educação (MEC), Izolda Cela, defendeu que as políticas de convivência sejam pensadas também como “parte do direito à educação”.
Nesse sentido, ela propôs introduzir, nas grades escolares, debates e questões que vão além das matérias e dos componentes curriculares.
Para a secretária executiva do MEC, Izolda Cela, as políticas de convivência devem ser pensadas também como “parte do direito à educação” - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Como denunciar
Denúncias sobre ameaças de ataques podem ser feitas ao canal Escola Segura, criado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com SaferNet Brasil. As informações enviadas ao canal serão mantidas sob sigilo e não há identificação do denunciante. Acesse o site para fazer uma denúncia.
Além do canal Escola Segura, o serviço Disque 100 passou a receber denúncias de ameaças de ataques a escolas. As informações podem ser enviadas por WhatsApp, pelo número (61) 99611-0100.
Em caso de emergência, a orientação é ligar para o 190 ou para a delegacia de polícia mais próxima.
Preconceito e discriminação atingem 70% dos negros, aponta pesquisa
Homem é preso por tráfico de drogas em Pirapozinho (SP)
Total de mulheres responsáveis por domicílios cresce, revela Censo
Polícia Civil estoura "casa-bomba" em Araçatuba (SP)
Governo de SP lança 3ª fase do programa Acordo Paulista
Segundo turno não terá voto em trânsito; ausência deve ser justificada
Proprietário de sítio é multado em R$ 750 mil por maus tratos a animais em Guararapes (SP)
Beatris Reis marca presença no Prêmio Geração Glamour 2024
CIEE promove Maratona de Vagas no Interior de São Paulo
Borella lidera corrida para prefeito de Araçatuba, aponta nova pesquisa
Veja detalhes da festa 'minimalista' feita por Leticia para Juliano Cazarré
Influenciadora Amanda Souza arrasa em foto de lingerie
Compartilhe