Entrevista com Antenor Nogara, Country Manager da Aruba no Brasil

A habilidade das organizações de obter valor comercial a partir dos dados depende cada vez mais de sua capacidade de coletar, processar, armazenar e analisar estes dados na borda, sugere uma nova pesquisa da Aruba, uma empresa da Hewlett Packard Enterprise

Entrevista com Antenor Nogara, Country Manager da Aruba no Brasil -


Antenor Nogara, Country Manager da Aruba no Brasil. Foto: Divulgação

À medida em que as redes ficam cada vez mais congestionadas com grandes volumes de dados gerados a partir de dispositivos de usuários e IoT, os líderes de TI estão reconhecendo que a análise de dados em tempo real mais perto da borda - próximo de onde os usuários estão - produz maior eficiência e insights, o que resulta em melhores resultados para os negócios.

Na entrevista abaixo, Antenor Nogara, country manager da Aruba no Brasil, comenta os resultados da pesquisa entre as empresas brasileiras.

1. De que forma as empresas brasileiras usam os dados coletados dos usuários? Como o consumidor é beneficiado?

Antenor Nogara: Uma das vantagens do uso adequado dos dados é uma melhor experiência do usuário. No varejo, um caso de uso já bem difundido é a personalização de ofertas e novos serviços pelas lojas; temos também o rastreamento e monitoramento de itens através da cadeia de suprimento ou do estoque, aumentando consideravelmente a eficiência operacional.

As empresas usam os dados também para otimizar os negócios e reduzir custos. Os shoppings podem usar os dados anônimos coletados pelo Wi-Fi para mapear as áreas mais quentes, ou seja, que concentram mais circulação de clientes, e assim definir melhor os valores de aluguel. Temos também as “tags”, que são usadas para rastrear objetos, possibilitando que sejam localizados mais rapidamente e que se possa fazer até a manutenção preventiva de máquinas. Na saúde, os dados possibilitam diagnósticos automatizados e o monitoramento remoto de um paciente.

2. O uso de dados para gerar resultados nos negócios é recente. Que dificuldades as empresas enfrentam?

Antenor Nogara: Tudo que fazemos no mundo digital, como enviar uma mensagem, visitar um site, realizar uma compra ou se conectar em uma rede Wi-Fi pública gera os chamados dados. Com o aumento do número de smartphones, computadores e, de alguns anos para cá, de objetos conectados, os chamados IoT, esse volume de dados cresce exponencialmente - estima-se que esse volume dobra a cada dois anos.

Esse grande volume de dados é o primeiro desafio. De acordo com a pesquisa At the Edge of Change: Navigating the New Data, realizada pela Aruba com 2.400 gestores de TI de empresas com mais de 500 funcionários em todo o mundo, 67% dos entrevistados do Brasil usam dados coletados na borda da rede, ou seja, próximo dos usuários onde eles são gerados, para extrair insights para o negócio. 

Quando questionados sobre o maior desafio para que possam criar valor a partir dos dados, 49% apontam que há mais dados do que são capazes de lidar. Armazenar, organizar e garantir a segurança dos dados tem um custo, então é preciso chegar a uma forma eficiente de fazer esse gerenciamento. Muitos já têm optado por fazer a gestão na borda da rede em vez da nuvem ou de data centers próprios justamente porque é mais eficiente e mais barato. É a chamada edge computing.

3. Como os empresários e líderes podem aproveitar essas informações sem invadir a privacidade do usuário ou colocar esses dados em risco?

Antenor Nogara: As empresas precisam estar atentas para garantir a privacidade do usuário, fazer um gerenciamento dos dados de forma profissional, ética e competente, por questões de integridade e conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). 

A pesquisa realizada pela Aruba mostrou que 37% dos entrevistados viam o cumprimento da legislação como um desafio. O empresário que ainda não se adaptou à lei precisa correr, porque as punições e multas previstas pela LGPD passam a valer a partir de agosto de 2021.

O ponto de partida ao coletar dados pessoais, seja da forma que for, é informar o usuário e solicitar seu consentimento de forma clara. O usuário precisa entender quais informações serão armazenadas, com qual finalidade e se serão compartilhadas com outras empresas, por exemplo.

É essencial investir em ferramentas que ajudem a garantir a segurança, evitando que os dados sejam roubados ou vazados. E não é só no e-commerce: se você tem uma loja física e oferece Wi-FI aos clientes, você precisa ter uma rede exclusiva para esses visitantes, com restrição de acesso aos dados confidenciais do seu negócio. Pode parecer complicado, mas hoje existem opções no mercado que garantem uma boa conexão com gestão simplificada, dispensando um especialista em TI, e com altos níveis de segurança.

4. Muitas instituições tiveram de ampliar a rede de conexão com a internet ou criar condições para que os funcionários trabalhassem em casa durante a pandemia de covid-19. Como a Aruba apoia seus clientes neste desafio?

Antenor Nogara: Em todos os países onde atua, a Aruba se apressou para atender seus clientes nas necessidades digitais criadas pela pandemia, como por exemplo expansão da área de cobertura em equipamentos de saúde e a criação de espaços públicos com Wi-Fi para que estudantes sem internet em casa pudessem continuar estudando. 

Em relação ao home office, houve inicialmente uma migração rápida para a casa do funcionário, com a infraestrutura disponível naquele momento. Com o passar do tempo, muitas empresas passaram a investir em soluções corporativas estendidas à casa do colaborador, com conexão segura e gerenciada - e esta é uma das soluções que integram o portfólio da Aruba.

Neste momento de retorno integral ou parcial às atividades, o chamado modelo híbrido, é necessário priorizar a segurança nos escritórios, escolas e demais locais de convívio. A inteligência de rede integrada oferece mapeamento de densidade para que a empresa possa reorganizar os ambientes como também fazer o rastreamento de contatos para minimizar o impacto da covid-19, mantendo funcionários, alunos e clientes seguros. 

A principal mensagem é que as empresas precisam estar preparadas para qualquer cenário, seja ele previsível ou não. Para isso, as inovações das redes móveis são fundamentais para trazer a flexibilidade de estar conectado de qualquer lugar e a qualquer hora, aumentando a produtividade das pessoas, a eficiência operacional e a segurança que os novos negócios e relações exigem.

Nota de agradecimento: Contribuiu para esta entrevista Camila Melo, Consultora de Comunicação da Inpress | Porter Novelli. 



Ricardo Quarenghi: Apresentador e Editor-chefe Programa e Coluna Líder S/A no SBT, é um empreendedor desde os 22 anos. Fundador e Diretor da Consultoria Marston Human Resources e Cofundador da plataforma Niara: Conexões Humanas, possui diversos clientes na lista das maiores e melhores empresas do Brasil. É também Embaixador da Agência Espacial Nasa no Brasil.

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