O crescimento do cuidado com a saúde mental em tempos de pandemia

* Por Fábio Tiepolo

O crescimento do cuidado com a saúde mental em tempos de pandemia -


Imagem: freepik


Vivemos tempos inéditos e incertos. O histórico de procuras do Google está aí para comprovar: em meio à pandemia do novo coronavírus, a ferramenta de pesquisa viu o número de buscas por assuntos ligados à saúde mental crescer excepcionalmente. Só em julho de 2020, o Google Trends registrou um aumento de 61% com relação ao mesmo mês de 2019 e os termos mais buscados foram a combinação de “saúde mental” e “pandemia”, “saúde mental na quarentena” e “exaustão mental”. Ou seja, se preocupar com saúde deixou de estar apenas relacionado a uma preocupação com o corpo.

Além disso, estamos deixando aquela preconcepção de brasileiro “tranquilo” e “descontraído” para trás e caminhamos para nos tornar um dos países mais estressados do mundo. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% das pessoas no mundo sofrem de estresse e a pesquisa da Associação Internacional do Controle de Estresse (ISMA) apontou que o Brasil está em segundo lugar como a população mais estressada no mundo. A OMS também aponta que o país tem a maior quantidade de pessoas ansiosas no mundo - 9,3%.

O crescimento do cuidado com a saúde mental em tempos de pandemia -


Fábio Tiepolo é CEO da Docway. Foto: Divulgação.


E por que, de uma hora para outra, o brasileiro começou a perceber que sua saúde mental estava em risco?  Segundo psiquiatras, o ser humano tem uma leve tendência a “viver no automático” e deixar as emoções em segundo plano. Mas, com a pandemia, frente a uma doença desconhecida para a qual ainda não existe cura e que exigiu mudanças sociais e comportamentais de todos nós, veio o efeito “panela de pressão” - em um dado momento, depois de tantas expectativas, exigências, medos, incertezas, elas começam a se manifestar fisicamente. É daí que surgem sintomas como insônia, falta (ou excesso) de apetite, irritabilidade, falta de concentração, palpitações, dores no estômago, enxaquecas, entre outras.

Foi por identificar tais ocorrências que o brasileiro percebeu o quanto a saúde mental é crucial para que a física também se mantenha em harmonia. Afinal, manter o equilíbrio é a resposta. Segundo especialistas, após uma autoanálise o indivíduo precisa identificar quais emoções estão interferindo no seu dia a dia e procurar ajuda profissional. É aí que entra um time de psicólogos e psiquiatras qualificados responsáveis por estudar e analisar questões internas do indivíduo que reflitam em seu comportamento.

Outras atividades, além do acompanhamento psicológico, que podem auxiliar na melhoria da saúde mental são as mudanças de hábitos alimentares e a realização de atividades físicas. Exercícios liberam a serotonina que gera a sensação de bem-estar e prazer, aliviando tensões e o estresse. A pausa em nosso “modo automático”, os dados alarmantes referentes à doença e a privação de atividades simples fizeram o brasileiro olhar para dentro e identificar que cuidar da saúde mental não é um tabu e sim uma necessidade que reflete diretamente em nossa saúde física e no modo como encaramos a vida e os tempos incertos que enfrentamos.

* Fábio Tiepolo é CEO da Docway, startup brasileira referência em soluções de saúde digital para empresas e operadoras de saúde.


 

Ricardo Quarenghi: Apresentador e Editor-chefe Programa e Coluna Líder S/A no SBT, é um empreendedor desde os 22 anos. Fundador e CEO da Consultoria Marston Human Resources, possui diversos clientes na lista das maiores e melhores empresas do Brasil. É também Embaixador da Agência Espacial Nasa no Brasil.

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