A estatística da saúde cardiovascular: o próximo pode ser você
Em alguns momentos, julgamos que somos sortudos porque nada de ruim aparentemente nos atinge. De repente, chega aquele dia do azar, quando tudo dá errado , as adversidades só aumentam, inclusive as doenças começam a incomodar. De sortudo a azarento, o tempo parece literalmente voar enquanto que, de azarado a sortudo, as coisas parecem demorar uma eternidade.
Uma forma concreta de retratar a vida e a realidade é por meio de estatísticas. Porcentagens e proporções surgem para tentar apontar as tendências e os riscos e, de alguma forma, orientar o caminho a ser seguido. No universo das doenças cardiovasculares, não é diferente.
As estatísticas acerca das doenças cardiovasculares estão frequentemente sendo atualizadas, em geral com informações impactantes e que deveriam ser motivo de preocupação por parte de todos nós e um grande estímulo para ajustarmos nossos hábitos e estilo de vida. Na prática, acabamos subestimando as estatísticas e, consciente ou inconscientemente, nos colocamos naquela porcentagem ou proporção mais favorável. Em geral, adotamos uma postura excessivamente otimista, considerando que “uma determinada doença cardiovascular é rara em minha família “, “que eu sou jovem e saudável e doenças do coração preferem os mais velhos”, “ que meus pais morreram com mais de 90 anos e comigo será da mesma forma “. A gente acaba acreditando na própria mentira ou na própria ilusão que criamos. Quando as estatísticas apontam um risco de 90% para um evento cardiovascular, imediatamente nosso otimismo exagerado nos coloca nos 10% sem risco. Ou acordamos deste sonho, desta ilusão, e mudamos hábitos e estilo de vida, ou poderemos ser o próximo a entrar no time dos que são acomodados e se julgam azarados.
Vejamos algumas estatísticas referentes a nossa cardiovascular, especialmente em países densos como Brasil e Estados Unidos. Estas informações deveriam ser sinais de alerta e estímulos para mudança de rota em nossa vida.
1. Em média, a cada 36 segundos uma pessoa morre por uma causa cardiovascular, totalizando quase 3 mil mortes ao dia.
2. A cada 40 segundos, uma pessoa pode apresentar um derrame cerebral.
2. Mudar o hábito de ficar sentado ao longo de muitas horas e incluir 30 minutos diários de atividade física de baixa intensidade reduz em 17% o risco global de doenças cardiovasculares.
3. Adultos que sofrem algum tipo de discriminação no trabalho, podem desenvolver hipertensão arterial e suas possíveis complicações, como infarto do coração, arritmias e derrame cerebral.
4. Mais de 80% das pessoas que necessitam de hemodiálise ( primordial em caso de falência dos rins), sofrem de hipertensão arterial e suas possíveis consequências.
5. A principal causa de mortalidade global em mulheres é a doença cardiovascular e existem alguns aspectos psicossociais que agravam esta condição , como o nível de estresse, a discriminação e a falta de suporte social e comunitário.
6. O risco de complicações durante a gravidez é 3 vezes maior em mulheres negras do que em mulheres brancas.
7. A presença de um animal de estimação no ambiente de trabalho, não somente em home-office, pode reduzir os níveis de tensão emocional, estresse, depressão e aumentar a produtividade. Algumas pesquisas demonstram que quase 50% das pessoas são a favor de uma mudança na carreira para conseguir ter seu animal de estimação no ambiente de trabalho. Quase 40% das pessoas consideram sacrificar seu período de férias ou mesmo aceitar reduções salariais para ter seu animal de estimação no ambiente de trabalho.
8. Cerca de 70% das paradas cardíacas que ocorrem fora do hospital, ocorrem dentro de casa e na presença de algum familiar ou amigo. Dominar os princípios gerais de uma reanimação cardíaca pode salvar muitas vidas.
9. Cerca de 40 mil crianças nascem ao ano com algum tipo de defeito na estrutra do coração.
10. Mais de 100 milhões de pessoas em 2023 apresentam o diagnóstico de pré-diabetes. Esta condição é percebida por meio de um exame de sangue chamado hemoglobina glicada.
Diante de tantas informações relevantes, vou deixar duas questões para reflexão:
As estatísticas devem continuar sendo subestimadas ou seria melhor rever hábitos e estilo de vida ?
Seria melhor continuar vivendo ilusões e negando os fatos ou acreditar que a próxima vítima de uma doença cardiovascular pode ser você ?
Deixem sua opinião para que possamos debater e conhecer melhor a realidade de cada um de nós.
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