CAUTELA
Após casos de ômicron, Governo de SP decide manter exigência de máscara em espaços abertos
Especialista fala sobre a variante e as recomendações para a segurança sanitária
O Governador João Doria decidiu nesta quinta-feira (2) atender recomendação do Comitê Científico para manter a exigência do uso de máscara em espaços abertos no estado.
Após pedido de Doria na tarde da última terça (30), o órgão técnico pediu a manutenção da obrigatoriedade com a confirmação da variante ômicron do coronavírus em São Paulo. O Governo do Estado previa a flexibilização da medida a partir do próximo dia 11.
“Decidimos adotar essa medida por prudência com o cenário epidemiológico no estado. Todos os números demonstram que a pandemia está recuando em São Paulo, mas vamos optar pela precaução. O nosso maior compromisso é com a saúde da população”, disse Doria.
Na recomendação feita ao Governo de São Paulo, o Comitê Científico apontou que há incertezas quanto ao impacto da variante ômicron às vésperas do fim de ano. Os períodos de Natal e do Réveillon costumam provocar grandes aglomerações, o que facilita a transmissão de doenças respiratórias como a Covid-19.
São Paulo foi o primeiro estado a instituir um Centro de Contingência da Covid-19 no país, em 26 de fevereiro de 2020, imediatamente após a confirmação do primeiro caso da doença no Brasil. Além disso, São Paulo foi um dos primeiros estados a exigir o uso de máscara e a implantar a quarentena.
Vacinação em SP
Em São Paulo, a vacinação contra a Covid-19 prossegue em ritmo acelerado, com os maiores percentuais de população imunizada no país. Nesta quinta, o Vacinômetro registra 78 milhões de doses aplicadas nos 645 municípios paulistas, com 76,15% da população com esquema vacinal completo e 84,7% protegida por ao menos uma dose de imunizante.
Em comparação a países com população igual ou superior a 40 milhões de pessoas, São Paulo figuraria no quarto lugar entre as nações que mais vacinam no mundo, atrás apenas de Espanha (80,49%), Coréia do Sul (80,03%) e Japão (77,31%) e à frente de China (74,53%), Itália (73,03%), França (69,79%), Reino Unido (68,03%), Alemanha (68,06%), Brasil (62,92%) e EUA (58,23%) – os percentuais são atualizados periodicamente pelo portal Our World In Data, da Universidade de Oxford.
Saiba mais sobre a variante Ômicron
O doutor Mauro J. Silva Junior, médico e fundador da Truvio, healthtech especializada em medicina preventiva, listou algumas dicas que podem ajudar você a entender melhor o que é esta variante.
1-) O que é a variante Ômicron?
É a mais nova cepa do coronavírus identificada inicialmente na África do Sul.
2-) Ela já está no Brasil?
Não há casos identificados até o momento em que escrevo este artigo, mas é seguro dizer que ela chegará.
3-) Por que a preocupação?
Pela rápida e alta taxa de transmissão entre indivíduos, muito superior ao da variante delta que já era extremamente alta.
4-) As vacinas são eficazes contra ela?
Não temos está resposta ainda, as principais fabricantes pediram entre 15 e 21 dias para ter alguma resposta mais certa. Entretanto sabemos que a eficácia das vacinas cai de modo significativo após o sexto mês da vacinação, período em que grande parte dos vacinados começa a entrar agora, e temos pouca cobertura de terceira dose.
5-) Quais as recomendações no momento?
- Uso de máscara
- Lavagem de mãos
- Evitar contato e manter distanciamento como já indicado anteriormente
- Afastar casos suspeitos / confirmados por 10 dias
- Estimular vacinação
Naturalmente, para as empresas, volta a ser muito necessário a triagem para identificação precoce dos indivíduos possivelmente infectados e para que os mesmos sejam imediatamente afastados e acompanhados. Isto evita o alastramento (que é ainda mais rápido com a Ômicron) e o possível contágio disseminado entre os colaboradores.
É importante lembrar que mesmo os vacinados continuam a transmitir o vírus e ainda que o número de casos graves e internações esteja baixo, a chance de ocorrência da doença e de óbitos permanece. Com mais velocidade de disseminação, é esperado um aumento dos casos, das internações e dos óbitos.
Por isso é preciso estar com o esquema de vacinação completo, com as duas doses e a dose de reforço para quem já está habilitado a tomar.