Artista indígena participa de bate-papo e faz performance no interior de SP

Integram as ações realizadas pela artista o bate-papo Arte na Rua: Popularização e Demarcação Ancestral e a performance Ponto Final, Ponto Seguido, realizada neste sábado, 2/7, em São José do Rio Preto (SP)

Artista indígena participa de bate-papo e faz performance no interior de SP - Divulgação/ Sesc Rio Preto


Nesta quarta, dia 29, às 19h30, o Sesc de São José do Rio Preto (SP) recebe o bate-papo Arte na Rua: Popularização de Demarcação Ancestral com as artistas visuais Uýra e Keila Sankofa. A ação compõe a programação itinerante da 34ª Bienal de São Paulo “Faz Escuro Mas Eu Canto”, em mostra na unidade até o dia 31 de julho.


Uýra abrirá o processo criativo da série fotográfica "Retomada". Junto com Keila Sankofa e partindo de suas performances em locais públicos, abordará a rua como um campo de popularização da arte e reocupação das ancestralidades.

A série Retomada (2021) foi desenvolvida especialmente para a 34ª Bienal. Nestas fotografias, Uýra aparece em locais de Manaus que, seja por sua história e função social ou por suas características arquitetônicas, podem ser associados aos modos de viver herdados da cultura eurocêntrica.

Mas o que a aparição de Uýra desperta, aquilo que nos faz ver, são as plantas que, aos poucos, vão retomando o espaço que já lhes pertenceu. As folhagens e raízes que começam a crescer em cercas e muros, frestas e fendas; os arbustos que se agrupam em beiras de ruas e estradas; as árvores que terminam por romper o concreto e tomar construções abandonadas. Locais de abandono e violência que seguem reocupados pela Vida.

Já no sábado, dia 2/7, a partir das 11h, Uýra Sodoma provoca a vida coberta pelas materialidades e imaginários coloniais, com questionamentos que unem floresta, ecologia e arte contemporânea, a partir da performance Ponto Final, Ponto Seguido.

Uýra é uma entidade artistica personificada por Emerson Pontes, indígena da Amazônia Central. Biólogo e mestre em Ecologia, atua como artista visual, arte educador e pesquisador. Mora em Manaus, território industrial no meio da Floresta, onde se transforma para viver Uýra, uma árvore que Anda. Tendo o corpo como suporte, narra histórias de diferentes Naturezas via fotoperformance e performance. A partir da paisagem Cidade-Floresta, se interessa pelos sistemas vivos e suas violações, e decolonialidade, memória e diásporas indígenas.

Keila Sankofa compreende a rua como espaço de diálogo com a cidade, produzindo instalações audiovisuais que exibem filmes, fotos e videoartes. Artista que utiliza a fotografia e o audiovisual como ferramenta para propor autoestima e questionar apagamentos de pessoas negras; atualmente, utiliza seu corpo como protagonista na construção de suas obras. Reconhece o espaço urbano como encruzilhada de possibilidades, que proporciona um diálogo decolonial não hierárquico com o público. Indicada ao Prêmio Pipa 2021.

A programação é gratuita.