Autoridades políticas manifestam repúdio contra atos de terrorismo no DF

Bolsonaristas radicais invadiram o Congresso Nacional e depredaram a sede dos Três Poderes, no último domingo (8)

Autoridades políticas manifestam repúdio contra atos de terrorismo no DF - Reprodução/ Redes Sociais


 


Os prefeitos de São José do Rio Preto e Araçatuba, além de autoridades políticas do Estado de São Paulo, manifestaram repúdio contra os atos terroristas de bolsonaristas radicais na noite do último domingo (8), no Distrito Federal.

Pelo Twitter, o prefeito de Rio Preto, Edinho Araújo (MDB), disse que o ato é um desrespeito à Constituição:

“Repudio veementemente qualquer tipo de manifestação que atente à nossa democracia. As pessoas contrárias devem ser punidas por desrespeitar a Constituição, invadindo e depredando espaço público. ”

Paulo Pauléra (Progressistas), presidente da Câmara Municipal de Rio Preto, defendeu a liberdade de idéias, mas repudiou a violência dos manifestantes: 

"Em nome da Câmara Municipal de São José do Rio Preto, repudio com veemência qualquer tipo de ataque ao Estado Democrático de Direito. Manifestações de pensamento e ideias são livres e garantidas pela Constituição Federal. Mas não podemos compactuar com manifestações que promovam a violência, a baderna e o vandalismo. Que os responsáveis pelos ataques aos três Poderes da República sejam identificados e punidos nos rigores da lei."

Dilador Borges (PSDB), prefeito de Araçatuba, disse que o ato fere a democracia:

“Fere a nossa Democracia. As instituições devem ser preservadas, as manifestações podem e devem ser feitas, mas respeitando as leis, dentro da nossa constituição. Vandalismo, invasão, quebra de patrimônio público são crimes, que deverão ser apurados e os envolvidos condenados. Vi com muita tristeza, pois sempre fui contra atos de vandalismo praticados no passado pela esquerda e serei contra aos praticados hoje, pela extrema direita.  Para esta segunda-feira, a Federação Nacional dos Prefeitos (FNP), convocou uma reunião com os prefeitos associados a discutirmos esse sentimento de preocupação e apreensão com nossas instituições. O momento agora é de ordem, pois só assim teremos progresso. ”

O prefeito de Araçatuba, Ed Thomas (PSB), não se manifestou sobre os atos.

Alesp

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e deputado estadual pelo PSDB, Carlão Pignatari, disse no Twitter que o ato é uma baderna.

“Repudio as invasões e depredações nas sedes dos Poderes, em Brasília. São atos que afrontam a nossa democracia. Manifestações, divergências e críticas fazem parte do estado democrático, mas essas cenas criminosas e de baderna, não. O respeito à constituição está acima de tudo.”

O deputado estadual Itamar Borges (MDB), disse que o respeito à Constituição deve prevalecer.

“A invasão aos três poderes da República realizada hoje é um ataque à nossa Democracia e precisa ser repudiada por toda a sociedade. O respeito à nossa Constituição deve prevalecer sempre.”

O ex-governador de SP, Rodrigo Garcia, também usou as redes sociais para se manifestar:  

“Não só lamentável, mas condenável que uma minoria radical ameace às instituições democráticas de nosso País, invadindo e depredando prédios que simbolizam a nossa democracia.”

João Doria, também ex-governador de São Paulo e conselheiro do LIDE, os atos são inaceitáveis:

“Inaceitáveis os atos terroristas em Brasília, com invasões às sedes dos três poderes da República. Ruptura patrocinada e financiada por extremistas bolsonaristas. São criminosos. A desordem expõe o Brasil e sua fragilidade institucional.”

Invasão

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro decidiram radicalizar o discurso e foram até a Esplanada dos Ministérios pedindo a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, intervenção militar e Bolsonaro de volta ao poder. Um grupo de manifestantes andou a pé do quartel general do Exército para o gramado em frente ao Congresso Nacional, em Brasília. 

O governo prometeu endurecer a ação contra extremistas. O ministro da Justiça, Flávio Dino, autorizou o uso da Força Nacional para o local das manifestações, na capital federal. O ministro da Defesa, José Múcio, também assumiu a atuação e inspecionou pessoalmente os lugares onde estão os apoiadores de Bolsonaro. A inteligência do governo identificou ainda no sábado, 7, a chegada de mais de 100 ônibus para os atos, o que acendeu o alerta da área de segurança.

Faixas com as inscrições "Lula na cadeia", "intervenção militar", "supremo é o povo" e "Bolsonaro presidente" foram erguidas no meio da manifestação. A convocação foi feita por grupos de apoiadores do ex-presidente.

As ações resultaram em um ato terrorista. Manifestantes depredaram a sede dos Três Poderes, destruíram obras de arte e relíquias de patrimônio público, quebraram vidros do prédio, danificaram materiais e equipamentos de trabalho, além de destruírem também a sala da primeira-dama Janja. 

Um dos radicais chegou a evacuar na mesa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. 

Na noite de ontem, o presidente Lula decretou intervenção federal de segurança até o dia 31. Mais de 1,2 mil pessoas já foram presas. O presidente afirmou que uma investigação será iniciada e que os envolvidos serão punidos, inclusive, policiais militares que foram permissivos com a ação. 



(Com informações do Estadão Conteúdo).