'Carnaval das Marchinhas' volta às ruas de São Luiz do Paraitinga após dois anos

O número de blocos foi aumentado de 25 para 28 e, pela primeira vez, haverá uma programação voltada para o público infantil

'Carnaval das Marchinhas' volta às ruas de São Luiz do Paraitinga após dois anos -


Depois de dois anos sem acontecer devido à pandemia de covid-19, o "Carnaval das Marchinhas" volta com novidades, este ano, em São Luiz do Paraitinga, no interior de São Paulo. O número de blocos foi aumentado de 25 para 28 e, pela primeira vez, haverá uma programação voltada para o público infantil. O folião que for de carro terá de pagar ao menos duas taxas obrigatórias: o estacionamento rotativo e a taxa ambiental. Os valores não são reajustados desde 2019.


A folia começa às 20 horas de sexta-feira, 17, com a Banda da Quimera, e só termina na meia-noite de terça, com o show da Banda Despirocados. Ao todo, 16 bandas vão animar os mais de 100 mil foliões esperados na cidade de 11 mil habitantes.

Entre elas, algumas são muito tradicionais, como a Confrete, Paranga e Estrambelhados. Entre os blocos, os mais conhecidos são o Juca Teles, Maricota, Pé na Cova e Bloco do Barbosa. O carnaval infantil ‘Pequeno Folião’ acontece domingo, 19, segunda e terça, às 10 horas.

Para curtir o carnaval de Paraitinga, o folião precisa saber que não haverá rock, samba, sertanejo ou outro tipo de música, apenas marchinhas. É uma tradição que remonta à década de 1980 e virou lei na cidade. Há também algumas regras: no circuito carnavalesco, que compreende o centro histórico e a Praça de Eventos, do outro lado do rio, estão proibidos cooler ou caixa de isopor, mesas na rua, garrafas de vidro, spray de espuma e fogos de artifício.

Conforme o secretário de Cultura e Turismo, Benedito Campos Netto, os dois anos sem carnaval geraram um clima de expectativa, por isso é esperado um público recorde. "Para matar a saudade do folião, estamos preparados para realizar uma grande festa, com mais atrações e muita organização", disse. Segundo ele, o repertório das bandas e blocos chega a duas mil marchinhas, a maioria de compositores locais.

A diversão é gratuita, mas quem vai motorizado precisa pagar a taxa ambiental, cobrada em postos instalados na entrada da cidade. Motos pagam R$ 10, carros de passeio e utilitários (caminhonetes e furgões) R$ 25, vans R$ 50, caminhões e micro-ônibus R$ 75 e ônibus R$ 100.

Veículos com placas da cidade são isentos. A taxa de estacionamento nos pontos regulamentados pela prefeitura é de R$ 15 para motos, R$ 50 para carros, R$ 150 para vans, R$ 250 para micro-ônibus e de R$ 350 para ônibus.

Patrimônio tombado

De acordo com a prefeitura, o valor arrecadado com a taxa ambiental reverte para a conservação do patrimônio histórico. A cidade possui arquitetura em estilo colonial e preserva características da época dos barões do café. Todo centro histórico, incluindo a igreja, capelas, praças, coreto, fontes, ruas e largos, mais 171 sobrados e 262 casarões, é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 2012.

A história do Carnaval das Marchinhas remonta a 1981, quando o carnaval de rua de São Luiz do Paraitinga foi retomado, após ficar décadas desativado. Nos primeiros anos, as marchinhas conviviam com outros ritmos, até que, em 1984, após a realização da primeira edição do Festival de Marchinhas de São Luiz do Paraitinga, esse gênero popular passou a ser praticamente exclusivo na folia local.

Um decreto municipal de 2018 oficializou a exclusividade, banindo ritmos como samba-enredo, funk, axé e frevo do carnaval da cidade.