Casal de advogados acusa policial militar de agressão após saída de evento em Rio Preto

De acordo com o boletim de ocorrência, casal foi agredido após tentar defender uma mulher negra que estaria sendo agredida pelo pm

Casal de advogados acusa policial militar de agressão após saída de evento em Rio Preto  - Arquivo pessoal


Um casal de advogados acusa um policial militar de agressão após a saída de um festival de música, na madrugada desta quarta-feira (22), em São José do Rio Preto (SP).


Segundo informações do boletim de ocorrência, o homem e a mulher, que são namorados, haviam saído do evento e aguardavam um motorista de aplicativo quando teriam presenciado um policial militar agredindo uma mulher negra.

O casal decidiu questionar o militar, mas também foi vítima de agressão.   

“Quando fomos questionar o policial, não fomos como civil. Fomos como profissionais advogados. Esse é o nosso dever como profissional e também cidadão, questionar uma agressão como esta, contra uma pessoa negra. Eu jamais imaginei na minha vida ser agredida por quem deveria me proteger, que é a polícia”, contou a advogada ao sbtinterior.com. 

Ainda segundo o boletim de ocorrência, a mulher sofreu uma rasteira e teve o celular jogado no chão pelo policial.

“Quando eu questionei o motivo dele estar agredindo uma negra, ele disse que eu não tinha nada a ver com aquilo e me deu uma rasteira. Meu namorado foi me defender e o policial começou a agredi-lo. Eu comecei a filmar a ação e ele (o pm) jogou o meu celular no chão, que ficou danificado”, disse.

A advogada informou ao sbtinterior.com que pretende processar o Estado. Na tarde de hoje ela deverá fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).

Com a palavra, a Polícia Militar: 

"Em relação ao caso apontado no Boletim de Ocorrência da Polícia Civil, onde há a narrativa de que teria ocorrido agressão por parte de Polícias Militares a civis, informamos que não tomamos conhecimento formal da referida denúncia. Em casos como esse, há a remessa dos registros por parte da Polícia Civil para que façamos a apuração do ocorrido. Por ora, diante da necessidade que se impõe para apurarnos rapidamente o ocorrido, o comandante do 17° BPM/I já instaurou procedimento investigatório no âmbito da polícia judiciária militar e está pedindo celeridade no encaminhamento dos registros realizados na Polícia Civil. A Polícia Militar não compactua com qualquer tipo de desvio de conduta ou cometimento de excessos por parte de seus policiais, sempre prezando pela legalidade, e todas as denúncias são apuradas por meio do devido processo legal."