CBF soma 19 patrocinadores e mais do que dobra número de parceiros para a Copa

A arrecadação em receitas publicitárias é parte fundamental no orçamento anual da CBF e chegou a R$ 575,7 milhões em 2021

CBF soma 19 patrocinadores e mais do que dobra número de parceiros para a Copa - Banco de Imagens


A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou nesta semana a renovação do patrocínio com o Itaú Unibanco até o fim de 2026, portanto até a próxima Copa do Mundo. Durante os próximos quatro anos, a CBF irá receber mais de R$ 300 milhões do banco, que é parceiro da entidade desde 2008 e figura na faixa principal de patrocinadores do futebol, junto com Nike, Guaraná Antarctica e Vivo.


Após a renovação, a entidade amarra para a Copa do Mundo do Catar 19 marcas parceiras, mais do que o dobro em relação ao Mundial da Rússia, quando nove companhias investiam na seleção brasileira. Por ser detentor da cota máster, o Itaú exibe a marca em uniformes, placas e no "backdrop" da seleção onde acontecem as entrevistas, além de ter permissão para promover ações nas mídias digitais, projetos sociais e ativações em treinos e jogos.

Para Armênio Neto, especialista em geração de receitas na indústria esportiva, e que intermediou os contratos de Kavak, Garena Free Fire e TCL com a CBF, os acordos envolvendo seleções costumam ser fechados por ciclos de quatro anos, que coincidem com as Copas do Mundo. "O Itaú já é parceiro de muitos ciclos, por isso sabe o valor da propriedade e é movido por isso, não apenas pela proximidade com a Copa do Mundo. A seleção brasileira é um produto premium do mercado publicitário, porque empresta prestígio, reconhecimento global e muitos atributos positivos com os quais toda marca quer se associar", explicou.

Renovado pelo mesmo valor do acordo anterior, o contrato foi visto com bons olhos pela CBF, já que durante a pandemia houve paralisação de campeonatos, adiamentos de amistosos e outros impasses que comprometeram as entregas comerciais da entidade.

Na opinião de Pedro Melo, executivo comercial do Atlético-MG e que atua na captação e gestão de patrocínios, a história vitoriosa do Brasil agrega grande valor às marcas parceiras. "Primeiro, é importante destacar dois pontos, que o Itaú é um antigo e importante parceiro da seleção e que a marca CBF é muito forte e seu alcance é global. Pela história que possui, a seleção brasileira é, a meu ver, a maior do mundo em termos de representatividade. Isso valoriza as suas propriedades e fortalece todos seus parceiros comerciais", afirmou o executivo.

A arrecadação em receitas publicitárias é parte fundamental no orçamento anual da CBF e chegou a R$ 575,7 milhões em 2021. No balanço publicado em 2020, os contratos rendiam R$ 365 milhões, fatia equivalente a 51% do faturamento anual da Confederação. No ano passado, a entidade informou faturamento de R$ 971 milhões, 47% a mais comparado a 2020. Os contratos de patrocínio foram responsáveis por R$ 575 milhões desse montante - com 98% vindo de acordos para a seleção masculina.

"O número de patrocinadores subiu de 12 para 19 entre 2019 e 2021, o que comprova em números a força da marca da seleção brasileira. O crescimento na quantidade de parceiros foi acompanhado pelo aumento no faturamento, que é outro indicador de bons resultados do ponto de vista comercial. A proximidade com a Copa do Mundo aqueceu o mercado de seleções e o número de parceiros da CBF cresceu de forma nítida", pontuou Fábio Wolff, sócio da Wolff Sports, agência de marketing esportivo especializada em captação de patrocínios.

A chegada da Copa do Mundo também é um aspecto apontado por Bruno Maia, especialista em inovação no esporte. "A proximidade com o Mundial traz um crescimento natural na quantidade de parceiros. Com espaços valiosos na promoção dos jogos, a seleção brasileira segue sendo um produto midiático de grande alcance, com muita força comercial. É um produto premium, com inúmeras oportunidades de ativações e exposição", afirmou o CEO da Feel The Match e autor do livro "Inovação é o Novo Marketing".

Entre os parceiros da entidade, há empresas que estão há mais de dez anos no quadro de patrocinadores, como Mastercard, Guaraná Antarctica, Vivo e o próprio Itaú. Há também acordos recentes, como o da startup Kavak, da indústria automobilística, que investe na entidade desde o início deste ano. Anunciada em fevereiro, a empresa realizou ativações com a seleção brasileira, com destaque para a personalização do ônibus da equipe e será utilizado pela CBF nos próximos anos. A força da seleção superou, por exemplo, até o afastamento do presidente Rogério Caboclo do cargo por assédio sexual e moral contra uma colaboradora.

INVESTIMENTOS EM ESPORTS

Além da exposição nas seleções brasileiras masculina e feminina, da base e do profissional, o Itaú se tornou o maior apoiador do eBrasileirão. Essa tem sido uma tendência entre bancos tradicionais, que apostam no investimento em eSports para se aproximar do público jovem. De acordo com pesquisa do Ipec, 51% dos jovens entre 16 e 24 anos utilizam mais bancos digitais do que os tradicionais.