Dino diz que crimes da trama golpista não podem ser anistiados

Ministro disse que ameaças estrangeiras não influenciam no julgamento

Dino diz que crimes da trama golpista não podem ser anistiados - Rosinei Coutinho/STF


O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta terça-feira (9) que os crimes imputados ao ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus na trama golpista não podem ser anistiados.


A declaração do ministro ocorre em meio à tentativa de aliados de Bolsonaro no Congresso de aprovar um projeto de lei para anistiar o ex-presidente da eventual condenação pelo Supremo.   

No início de seu voto durante o julgamento dos réus, Dino citou precedentes do STF e disse que nunca houve no Brasil anistia para os "altos escalões do poder".

"Esses crimes já foram declarados pelo Supremo Tribunal Federal como insuscetíveis de indulto e anistia", afirmou.

Os réus são acusados dos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

AMEAÇAS DOS EUA

O ministro também acrescentou que "agressões e ameaças de governos estrangeiros" não influenciam no julgamento e são "fatores extra-autos".

"Não há no voto que vou proferir nenhum tipo de recado, mensagem, nada desse tipo. Há o exame estrito daquilo que está nos autos", completou.

O ministro Flávio Dino é o segundo a votar no julgamento da Primeira Turma do Supremo sobre a trama golpista.

A votação começou na manhã desta terça (9). Primeiro a votar, o relator, ministro Alexandre de Moraes, se manifestou pela condenação de Bolsonaro e seus aliados. 

Ainda faltam os votos dos ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

QUEM SÃO OS RÉUS?


  • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;lexandre Ramagem - ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);

  • Almir Garnier - ex-comandante da Marinha;

  • Anderson Torres - ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;

  • Augusto Heleno - ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);

  • Paulo Sérgio Nogueira - ex-ministro da Defesa;

  • Walter Braga Netto - ex-ministro de Bolsonaro e candidato à vice na chapa de 2022;

  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.