​Eduardo Cunha diz que Temer ajudou a tirar Dilma do poder e afirma que há corrupção no governo Bolsonaro

Ex-presidente da Câmara esteve em Araçatuba (SP) nesta segunda-feira (18) para lançar livro sobre o impeachment

​Eduardo Cunha diz que Temer ajudou a tirar Dilma do poder e afirma que há corrupção no governo Bolsonaro - Kaio Esteves/sbtinterior.com


O ex-presidente da Câmara dos Deputados e responsável pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Eduardo Cunha, afirmou, nesta segunda-feira (17), que o ex-presidente Michel Temer, então vice de Dilma Rousseff, ajudou a articular o impeachment da petista. De acordo com Cunha, "era necessário que, para tirar um presidente, outro nome já definido deveria existir".


Cunha, que é pré-candidato a deputado federal pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) em SP, está em Araçatuba (SP) para o lançamento do livro 'Tchau, Querida', onde conta os bastidores do impeachment de Dilma. Ele foi entrevistado pelo programa Tela Política, da plataforma de streaming do SBT no interior, o Tela 2.

"Óbvio [que Michel ajudou a articular o impeachment]. Sem ele articular, não teria impeachment. Ele é um dos responsáveis pela queda dela porque ele era o vice. A Dilma só caiu porque havia um presidente para entrar e ele teve que articular e assumir compromissos. Se não fizesse, dificilmente a Dilma teria perdido [a votação] no Congresso", assumiu.

GOVERNO BOLSONARO

Cunha afirma que é a favor do atual governo por ser "liberal na economia e conservador nos costumes" e diz que Bolsonaro nunca escondeu o político que é. Perguntado se acredita que a corrupção no Brasil acabou, como afirma o presidente, Cunha discorda.

"A corrupção nunca vai acabar. Ela existe hoje no governo e vai continuar existindo. Não tem como você acabar com isso. O erro é você saber e não combater, e entendo que o atual governo combate. Mas acabar, não vai. A corrupção está enraizada num funcionário que age por benefício próprio, em vários lugares. Isso é impossível de combater". 



SÉRGIO MORO

Cunha também fez duras críticas ao ex-ministro do governo Bolsonaro e ex-juiz Sérgio Moro e afirmou que ele tem que ser preso.

"Moro deveria estar preso. A Operação Lava Jato foi uma operação política, que prejudicou o próprio país. Tanto que, depois de tudo, o STF (Supremo Tribunal Federal) entendeu os erros que cometeu e praticamente anulou tudo que foi feito por ele", disse.

Cunha, que foi preso por Moro durante a Operação Lava Jato e chegou a ser condenado a mais de 15 anos de prisão, afirmou que o ex-juiz comandava uma "organização criminosa" e que "sequestrava pessoas usando o judiciário'' e pedia, como resgate, as delações.

"Moro agiu com parcialidade e fazia sequestro de pessoas usando o judiciário, obrigando-as a delatar o que eles queriam para que fossem soltas. Naquela época, com a condenação em 2ª instância praticamente como definitiva, as pessoas só conseguiam sair da cadeia se elas falassem. E o que eles queriam. Ele [Moro] ainda vai pagar por tudo o que fez", afirmou.

ELEIÇÕES E VOTO PESSOAL

Perguntado sobre os rumos do país nas eleições deste ano, Cunha afirmou que a eleição será definida no 1º turno e declarou que votará em Bolsonaro.

"Acho que vão definir tudo no 1º turno, seja para Lula ou para Bolsonaro. Não há espaço para 3ª via mais. A polarização sempre aconteceu, mas agora está presente no dia a dia. Acho que Bolsonaro vence, mas, seja ele ou Lula, será definido tudo no 1º turno", finalizou.

Assista a entrevista completa: