Em projeto chinês, gado brasileiro será monitorado com sensores na cabeça

Pesquisa feita em parceria com a Embrapa vai custar cerca de R$ 1,2 milhão

Em projeto chinês, gado brasileiro será monitorado com sensores na cabeça - Divulgação


Em mais uma busca por inovação tecnológica no campo, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e a gigante chinesa da comunicação Huawei firmaram uma parceria para monitorar e desenvolver uma nova tecnologia de gestão de animais no pasto.


Para isso, sensores são utilizados na cabeça de gados, em uma pesquisa orçada em R$ 1,2 milhão. O trabalho será desenvolvido na sede da Embrapa, em Campo Grande (MS), com 32 bovinos.

A área em que será desenvolvido o projeto tem 18 hectares, onde serão coletados de forma automática os dados que vão ser compilados e, posteriormente, usados para desenvolver a tecnologia pertencente à empresa chinesa - a Embrapa participa como parceira do projeto que visa melhorar o bem estar animal e a produção.

"Uma série de sensores ficarão monitorando os animais e outras situações. São três variáveis. Uma delas é o ganho de peso. A outra, são os parâmetros fisiológicos do animal, como a temperatura, respiração, entre outras que vão nos revelar e as condições de bem estar", explica o pesquisador Roberto Giolo ao portal Campo Grande News.

Formado em Agronomia, Giolo é integrante da equipe da Embrapa desde 2007 e desenvolve, desde o ano posterior à sua entrada, pesquisas com relação ao bem estar dos animais. Nessa pesquisa em específico, o terceiro parâmetro a ser coletado pelos sensores são a temperatura ambiente, umidade, entre outros dados externos ao animal.

"Tudo será feito em tempo real e vai permitir que o produtor tenha noção de quanto o animal ganha de peso por dia, ver os indicativos de estresse de uma maneira geral. Isso dará subsídio para ele ter noção de quando intervir, ter a condição de ver os índices adequados e, quando piorar, saber o que está acontecendo", frisa.

Além dos sensores, que devem ficar na cabeça dos animais, colares e uma balança de passagem devem ser usados de forma integrada para melhorar a produtividade e o bem estar dos bovinos. Ao lado da Huawei e da Embrapa, também participa do projeto o CPQD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações).

Na Embrapa, além do departamento Gado de Corte, na capital sul-mato-grossense, também está envolvido o departamento de Informática Agropecuária, do interior de São Paulo. Ela é quem vai coordenar o trabalho para desenvolver os algoritmos de Inteligência Artificial que darão suporte às aplicações da pesquisa.

As informações coletadas na pesquisa serão importantes para a adoção de protocolos e a certificação dos produtores, com a obtenção do selo CNC (Carne Carbono Neutro) ou CBC (Carne de Baixo Carbono). A aferição das condições de bem-estar animal será feita com dispositivos eletrônicos conhecidos como BEP (Plataforma Eletrônica Bovina, na já traduzido ao português). (Com informações do portal Campo Grande News)