Expansão das fronteiras agrícolas aquece imobiliárias rurais

O setor aumentou a sua participação no PIB (Produto Interno Bruto) de 5,1% em 2019, para 6,8% em 2020

Expansão das fronteiras agrícolas aquece imobiliárias rurais - Reprodução


A agropecuária foi o único dos três grandes segmentos da economia que cresceu em 2020, ano marcado pela pandemia de Covid-19 no Brasil. O setor aumentou a sua participação no PIB (Produto Interno Bruto) de 5,1% em 2019, para 6,8% em 2020, conforme indicativos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), fazendo da expansão da fronteira agrícola no país um fator de aquecimento para as imobiliárias rurais.


A categoria cresceu 2% em relação a 2019, em uma alta ocorrida em consequência da expansão e do ganho de produtividade das lavouras, com destaque para a soja (7,1%) que alcançou produção recorde na série histórica, conforme dados do “7º Levantamento da Safra Brasileira”, da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). 

Givago Alvarenga, engenheiro especialista em infraestrutura e agricultura orgânica, fundador e CEO da Goyás Fazendas - startup e imobiliária especializada em fazendas -, destaca que há a estimativa de um crescimento de 2,5% de expansão na área plantada de soja e 3,6% de crescimento total das lavouras no país.

Imobiliárias rurais são alternativa para fazendas que buscam expansão

Para ele, a expansão do agronegócio torna ainda mais relevante a atuação de imobiliárias rurais. Ele cita dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que dão conta de que há 223,02 milhões de hectares entre lavouras e pastagens no país. Só a área de grãos deve aumentar 17,6% entre 2021 e 2031, segundo o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

“Com isso, cada vez mais o setor do agronegócio precisa de corretores de imóveis e imobiliárias especializadas no agro para dar suporte a essa demanda específica que cresce a cada ano”, complementa

Tecnologias como o melhoramento genético de sementes e técnicas de cultivo e mecanização, para o engenheiro, são fatores que impulsionam a expansão das fronteiras agrícolas, que forma novos polos país afora. Para efetivar essa ampliação, prossegue ele, muitos produtores saem de suas regiões já consolidadas para explorar áreas que estão em processo de expansão, muitas vezes distante de suas lavouras já em plantio, o que traz à tona o papel das imobiliárias rurais.

“Essa é uma tendência natural hoje. Os grandes preços das commodities agrícolas fazem com que os produtores se planejem tanto para a expansão - que pode ocorrer por meio de arrendamento ou compra de fazendas -, quanto na busca por maior produtividade; o que possibilita uma produção maior com a mesma quantidade de área e torna o Brasil, cada vez mais, referência no agronegócio mundial”, considera.

Cada atividade, uma oportunidade

Alvarenga afirma que, com o setor aquecido e sua tendência de expansão, é preciso que a intermediação de fazendas seja tratada de forma séria. O profissional de imobiliária rural deve compreender as características de cada fazenda e para qual ramo de atividade é mais indicada, encaminhando os clientes corretos para cada oportunidade. 

“A Inovação tecnológica é um diferencial na atuação de uma imobiliária rural, pois, através dela, o setor pode se organizar e se tornar mais seguro e confiável. Ao mesmo tempo, a expansão do agronegócio fica mais fácil, menos burocrática e menos onerosa”, pontua  

Na visão do especialista, um corretor de imóveis rurais deve entender de uma série de questões, como relevo, clima, índice pluviométrico, legislação, teor de argila, tipos de pasto, logística de entrega de grãos e gado, dentre outros fatores essenciais.

“Inclusive, uma das principais diferenças das imobiliárias voltadas para o agronegócio e que atuam direta e exclusivamente com fazendas é que são totalmente técnicas, atuando como consultorias para os clientes interessados em expansão, de acordo com cada setor do agro, seja para pecuária ou lavoura”, frisa.

Para concluir, Alvarenga reafirma a importância de contratar imobiliárias rurais, e não urbanas, já que estas são especializadas no processo de expansão e “podem encurtar o tempo para se encontrar a fazenda ideal para negócios do setor”