Exterior é incapaz de animar Ibovespa após balanço do Santander e antes do Copom

Exterior é incapaz de animar Ibovespa após balanço do Santander e antes do Copom - Arquivo


O Ibovespa aprofunda a queda e renova mínimas na faixa dos 112 mil pontos, depois de subir 0,39% (113.666 pontos, na máxima), na contramão da alta externa. O investidor adota certa cautela enquanto espera o comunicado do Copom, cuja expectativa é de alta da Selic de 9,25% para 10,75% ao ano, hoje. Além disso, o resultado pior que o esperado do Santander Brasil no quarto trimestre reforça cuidado em relação aos resultados dos demais bancos. Unit da instituição cedia 2,66% às 11h04, contaminando o setor na carteira do Ibovespa.


"É preciso olhar os números do banco com cautela. Porém, a curva de juros está fechando e isso não tende a ser bom para o setor. Por conta disso e do balanço, talvez tenhamos um alerta", avalia Welington Filho, especialista em Renda Variável da Blue3. Internamente, o Santander Brasil abriu a temporada de balanços. O lucro líquido gerencial do quarto trimestre caiu quase 2% ante há um ano.

Além disso, sinais da política monetária do Banco Central (BC) do País geram grande expectativa. "Hoje, o principal assunto aqui é o Copom. Será preciso ficar atento ao comunicado, à sinalização do BC para os próximos passos", completa Filho. Às 11h08, o Ibovespa cedia 0,24%, aos 112.954,10 pontos. As bolsas europeias sobem na esteira de Nova York, após balanços considerados favoráveis.

A depender do tom, poderá continuar reforçando a disposição dos investidores estrangeiros em trazer recursos para o País, especialmente para a Bolsa, aproveitando o fato de que algumas ações estão descontadas, de forma de deixar o dólar um pouco mais fraco.

"Esses dias têm sido muito voláteis, e abertura não em sido um bom indicador", pontua Rodrigo Natali, diretor de estratégia da Inversa, completando que a alta do Ibovespa em janeiro pode não ser tendência. Em sua visão, há uma "inércia grande" e muita novidade, commodities subindo o que pode ajudar), mas ele não vê isso como algo sustentável. "O Brasil não melhorou 20%, 30%. O que vemos é que alguns investidores fizeram realocação de recursos tirando de algo que não dava tanto retorno para ativo considerado mais atrativo, caso de Bolsa", avalia Natali.

Tem expectativa ainda da divulgação dos dados da Cielo após o fechamento da B3 e da Meta Platforms (Facebook), depois do encerramento em Nova York.

"Mercado desenvolvidos com bom humor, mas moedas emergentes operam com viés moderado de queda. Noticiário local ainda preso ao tema combustíveis/impostos", observa em nota a Terra Investimentos.

No primeiro dia da semana e de fevereiro, o Ibovespa fechou com alta de 0,97%, aos 113.228,31 pontos, impulsionado principalmente por fluxo externo, o que também chegou ao dólar, que encerrou a R$ 5,2728 - menor valor desde 16 de setembro. Já hoje o dólar sobe a R$ 5,291.

Em janeiro deste ano, os investidores estrangeiros entraram com R$ 32,490 bilhões na B3, nível acima do já recorde de igual período de 2020. Naquela ocasião o acumulado ficou positivo em R$ 23,556 bilhões, a melhor marca para o período, em termos nominais, no levantamento mensal que a B3 disponibiliza desde 1994.

O noticiário envolvendo as blue chips Vale e Petrobras também é acompanhado. A mineradora informa que sua subsidiária Vale Canada Limited concluiu a venda e transferência de sua participação de 50% na California Steel Industries (CSI) para a Nucor Corporation (Nucor). Já a petrolífera recebeu nova parcela de R$ 475 milhões da Equinor por participação no bloco exploratório BM-S-8,onde está localizado o campo de Bacalhau (antiga área de Carcará). Porém, a instabilidade do petróleo no exterior pode trazer viés negativo às ações da estatal.

Às 11h21, os papeis tinham sinais variados: Vale ON cedia 0,29% e Petrobrás recuava 0,36% (PN) e 0,58% (ON), sem a referência do minério de ferro no mercado à vista por conta de feriado no China, e apesar da alta do petróleo, respectivamente.