Geral
Fiesp recebe festival que mistura arte, criatividade e tecnologia
Liminal
Para a edição deste ano, o tema é a Supercriatividade, que permeia trabalhos de videoarte, animações, games, trabalhos de realidade aumentada e de inteligência artificial, além de instalações interativas, tais como a Liminal, de Louis-Philippe Rondeau.
Liminal é um arco que foi instalado no centro do espaço expositivo e que forma uma espécie de portal temporal: o visitante, ao passar por esse arco, vê sua imagem projetada na tela, por meio de uma técnica chamada slit-scan. O artista pretende trabalhar o limite entre o presente e o passado, criando uma metáfora visual, fazendo o visitante perceber a dilatação do tempo e de seu próprio reflexo.
Outra obra de destaque é Augmented Shadow: Inside, do sul-coreano Joon Y Moon. Trata-se de uma obra inédita no Brasil: uma experiência de realidade aumentada que permite a interação com personagens em sombras virtuais de objetos reais tridimensionais, como portas, janelas e cadeiras.
Supercriatividade
“Estamos retomando [o File] após quase três anos de pandemia. Essa edição tem duas frentes: uma adaptação do que a gente tinha pensado pré-pandemia, quando [o evento] não ocorreu. E o que a gente conseguiu juntar com o que a gente pensa do que está acontecendo agora. Inicialmente a gente tinha trabalhado um evento todo ligado à inteligência artificial. Mas a Supercriatividade trabalha justamente a questão de refletir sobre como ela existe independente da própria inteligência artificial. A inteligência artificial é apenas uma ferramenta, do qual alguns trabalhos aqui fazem uso”, disse Paula Perissinotto, co-fundadora e organizadora do File.
“A criatividade está presente não só em vários trabalhos aqui dentro, não só nas artes, como em várias áreas e aspectos da nossa sociedade. E é isso que a gente tenta trazer como reflexão aqui dentro”, acrescentou ela, em entrevista à Agência Brasil. “Os visitantes vão encontrar aqui muitas formas de perceber o uso de tecnologia como uma ferramenta de criação, não só de consumo”, falou.
#L1
Entre os destaques da exposição está a instalação #L1, de Fernando Velásquez, obra que contou com a participação do programador Gustavo Milward. Em entrevista à Agência Brasil, ele contou que a obra, que consiste em 16 barras de neon, não é interativa. No entanto, ela é única: cada visitante que passar por ela vai ter uma experiência diferente. Essas barras de neon vão acendendo ou apagando, ou mudando a intensidade da luz, de acordo com algoritmos. “Ela não é uma obra interativa. Não tem sensores que captam movimento, por exemplo. Mas ela tem uma lógica. É uma obra que nunca vai se repetir: ela sempre vai gerar variáveis. Uma pessoa que entrar aqui vai ver uma coisa. Uma outra, terá outra experiência”, falou Milward.
O File apresenta também uma imensa parede com 140 QRCodes. A cada clique, uma nova experiência será dada ao público. “São 140 obras que estão dispostas em QRCode da qual elas podem ver do seu próprio celular, com o seu próprio fone de ouvido. São obras de videoarte, arte digital e arte sonora”, falou a organizadora do evento.
File Led Show
Do lado de fora, o próprio edifício do Centro Cultural Fiesp servirá de palco de exibições, projeções que vão acontecer diariamente, enquanto durar o festival. Essa intervenção no prédio da Fiesp poderá ser vista por qualquer pessoa que circular pela Avenida Paulista entre as 19h e 6h.
O festival de arte eletrônica tem entrada gratuita e fica em cartaz até o dia 28 de agosto. Mais informações sobre o festival podem ser obtidas no site.