Ibovespa tem leve alta com bancos e vai a 129 mil pontos, mas 'fator China' limita

A cautela em Nova York na volta dos mercados norte-americanos do feriado limita o Ibovespa de avançar puxado por ações de grandes bancos, após recomendações de compra do setor. Além disso, há temores com a economia chinesa, mesmo após o banco central do país cortar a taxa de juros para empréstimos para um nível acima do esperado.

Apesar do corte recorde na taxa de juros para empréstimos na China, as commodities caem. O minério de ferro encerrou com desvalorização de 5,41% em Dalian, e pesa nas ações da Vale. Os papéis cedem em torno de 2,00%.


Já os papéis da Petrobras caem moderadamente, seguindo o recuo também leve do petróleo. Só em fevereiro, a estatal bateu seis recordes em valor de mercado, diante da expectativa de pagamentos robustos de dividendos aos acionistas.

Nesta terça, a Petrobras realizará o pagamento da primeira parcela dos dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) referentes ao balanço de 30 de setembro de 2023. Só neste mês, Petrobras PN subia 5,61% e ON, 4,86%, às 11h06. No horário citado, no entanto PN cedia 0,44% e ON perdia 0,61%. "É natural essa queda após máximas históricas, é uma realização saudável", avalia Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

Ontem, o Ibovespa fechou em alta, de 0,24%, aos 129.035,74 pontos. "O índice reaproximou dos 130 mil pontos e isso é certamente positivo para buscar o recorde dos 134 mil pontos, mas antes precisa passar pelo nível dos 132 mil pontos", avalia Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil, em comentário matinal.

Com a agenda esvaziada hoje, os investidores adotam compasso de espera pela ata do Federal Reserve (Fed), que será divulgada amanhã, na expectativa de encontrar sinais sobre o início da queda dos juros nos Estados Unidos.

No Brasil, Gerdau, Iguatemi, Telefônica (dona da Vivo) e Isa Cteep divulgam seus resultados do quarto trimestre de 2023 após o fechamento do mercado.

Ontem, o Carrefour apresentou lucro líquido ajustado de R$ 520 milhões no quarto trimestre do ano passado, queda de 5,4% em relação ao mesmo período de 2022. O Ebitda ajustado foi de R$ 1,875 bilhão, recuo anual de 5%, mas 9,9% acima do estimado pelo Prévias Broadcast. As ações da varejista subiam 8,39% por volta das 11 horas.

Entre os grandes bancos, a maior alta era Bradesco, com ganhos em torno de 1,70%. O Goldman Sachs elevou a recomendação do Bradesco de venda para neutra. Fez o mesmo com Usiminas, cujas ações avançavam 2,56%.

"A recomendação alivia um pouco as ações dos bancos, após os balanços ruins de alguns deles no quarto trimestre. E a tendência de continuidade de corte do juro básico também ajuda", avalia Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença.

De acordo com Mota, da Manchester, a recomendação por um banco estrangeiro tende a melhorar o fluxo, em meio ao balanço trimestral fraco do Bradesco. "Os riscos parece que já estão precificados", diz, ao lembrar do plano de reestruturação apresentado pelo banco após a divulgação do balanço do quarto trimestre.

Às 11h14, o Ibovespa subia 0,19%, aos 129.279,38 pontos, após elevação de 0,26%, na máxima aos 129.377,64 pontos, ante recuo de 0,55%, na mínima aos 128.326,04 pontos. A maior alta entre bancos era Bradesco. Já Vale cedia 1,97%. Usiminas subia 3,25%.