Justiça decide que agressor de advogado palmeirense seja denunciado por homicídio qualificado

Celso Wanzo, de 58 anos, morreu após levar um soco em frente ao condomínio que morava em São José do Rio Preto (SP), na noite da final do Mundial de Clubes da Fifa

Justiça decide que agressor de advogado palmeirense seja denunciado por homicídio qualificado  - Arquivo pessoal


O procurador-geral de Justiça do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), Mário Luiz Sarrubbo, decidiu que o gerente financeiro Emerson Ricardo Flamenghi, acusado de matar o advogado palmeirense Celso Wanzo, de 58 anos, com um soco no rosto, seja denunciado pelo Ministério Público por homicídio qualificado.  O crime aconteceu na noite de 12 de fevereiro deste ano, em São José do Rio Preto (SP), após a final do Mundial de Clubes da Fifa.


Em maio deste ano, o promotor de Justiça de Rio Preto, Evandro Ornelas Leal, entendeu que o crime foi lesão corporal seguida de morte, indicando que não poderia haver dolo, mesmo com o laudo apontando politraumatismo craniano na vítima após a agressão. Em seguida, o magistrado remeteu os autos para o 12º promotor, Sérgio Acayaba, que suscitou conflito e enviou os autos para o procurador-geral de Justiça.

A alteração da tipificação do crime foi analisada. Com isso, o promotor-geral Mário Luiz Sarrubbo designou o 12º promotor de Justiça de Rio Preto para oficializar os autos em trâmite na 1ª Vara Criminal do município.

Outro promotor do Ministério Público (MP) será designado para atuar na causa.  Caso Emerson Flamenghi seja denunciado pelo MP por homicídio qualificado, ele poderá ir à Júri Popular, podendo ser condenado a uma sentença de 12 a 30 anos de prisão.

Para Alex Sandro Cheiddi, um dos advogados que representa a família da vítima, a decisão é de alívio aos familiares.

“A medida do procurador-geral de Justiça veio de encontro com o que sempre afirmamos desde o início das investigações, que Celso foi covardemente assassinado, pego de surpresa, sem nenhuma maneira de se defender. A família está mais aliviada, com o sentimento de que pode haver justiça”, disse ao sbtinterior.com.

O CRIME

O crime aconteceu na noite de 12 de fevereiro deste ano, em frente ao condomínio de apartamento em que Celso e Emerson (síndico do prédio) moravam, no Jardim Pinheiros, em Rio Preto.

Na final do Mundial de Clubes, o Chelsea derrotou o Palmeiras por 2 a 1. Celso era palmeirense e estava na sacada do apartamento quando começou a ser provocado pelo síndico, que estava do lado de fora.

De acordo com o MP, Emerson chegou a berrar, mandando o advogado descer, dizendo que iria matá-lo. Celso desceu e os dois iniciaram uma discussão. Emerson agrediu Celso com um soco no queixo, de baixo para cima. O advogado caiu e começou a convulsionar.

Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu. O laudo necroscópico apontou politraumatismo craniano na vítima. Emerson chegou a ser preso na Central de Flagrantes, mas foi liberado após habeas corpus da Justiça.

A Polícia Civil chegou a fazer a reconstituição do crime. Emerson, que é torcedor do Corinthians chegou a dizer que agiu em legítima defesa e que ele e o vizinho já haviam tido outros desentendimentos.

Atualmente, Emerson responde pelo crime em liberdade. A família do advogado Celso Wanzo se retirou do apartamento.

Até o fechamento deste texto, a defesa de Emerson não havia sido encontrada.