“No Brasil, é a tentativa de discutir o que é secundário para não discutir o essencial”, afirma ex-ministro Aldo Rebelo sobre voto impresso

Ex-ministro nos governos Lula e Dilma é a mais recente entrevista do Tela Política, exclusivo para o Tela2 do SBT no Interior

“No Brasil, é a tentativa de discutir o que é secundário para não discutir o essencial”, afirma ex-ministro Aldo Rebelo sobre voto impresso  - Reprodução/ Tela2/ SBT no Interior


O ex-ministro da Coordenação Política e Relações Institucionais, do Esporte; da Ciência e Tecnologia e Inovação; e da Defesa nos governos Lula e Dilma, hoje político filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), Aldo Rebelo, afirmou que discutir a veracidade das urnas eletrônicas não é perda de tempo, mas é uma tentativa de driblar as demandas principais do País.


A colocação foi feita durante a entrevista para o programa Tela Política, exclusivo do Tela2, streaming do SBT no Interior.

Segundo o ex-ministro, as fraudes no sistema de urnas eletrônicas não é uma realidade do Brasil.

“É uma tentativa de driblar a agenda principal do País, que é a agenda da econonomia, da volta do crescimento econômico, que é a agenda do desemprego, da questão social, da inflação. E isso leva a agenda para um debate que as pessoas pouco entendem. Se você examinar o sistema de defesa dos EUA, vai encontrar a vulnerabilidade”, explica.

“No Brasil, dezenas de milhares de eleições já foram realizadas com esse sistema e não houve nenhum caso sequer de um político derrotado que atribuísse a sua derrota à suspeita de fraudes nas urnas eletrônicas. Muito pelo contrário, nós tivemos suspeita de fraude quando o voto era impresso. Nos EUA, onde as eleições são votadas pelo impresso, toda eleição termina com suspeita de fraude”, afirmou Rebelo.

Para o político, uma saída para a discussão é aumentar a segurança.

“Qualquer sistema tem sua margem de fragilidade, não é o caso do Brasil. No Brasil é a tentativa de discutir o que é secundário para não discutir o que é essencial”, disse.

Exército

Rebelo também falou sobre a responsabilidade de fiscalização dada pelo governo federal aos militares.

“A eleição compete ao poder judiciário e aos partidos políticos. O partido faz as eleições e o judiciário fiscaliza, isso não é dever do Exército, a responsabilidade é do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Não tinha que haver esse convite para o Exército fazer esse serviço.

Quando chama o militar, chama o chefe da Defesa. E quem é o chefe da Defesa? O presidente da República, que aproveita essa situação para aumentar a confusão e como o Ministério da Defesa não teve a iniciativa de encerrar a opinião, quer continuar trabalhando estimulado por algum lugar. Fica alimentando essa agenda que não conduz a lugar nenhum”.

PT

Sobre ter atuado no governo do Partido dos Trabalhadores (PT), Rebelo diz que não se arrepende.

“Ajudei o presidente Lula como o primeiro líder do governo dele, em seguida, ministro, depois presidente da Câmara. Depois disso fui derrotado numa eleição da Câmara, numa aliança entre o partido do PT e do PMDB. Fui ministro no governo Dilma. Não podemos usar o passado com o olhar de arrependimento, mas devemos olhar para essas coisas como a sua vida - você fez o que podia ser. Acho que hoje a leitura que o PT faz da situação do país é muito diferente da visão que o presidente Lula tinha no início do seu primeiro governo”, analisou.

A entrevista completa será exibida no Tela2.