Maioria das Bolsas da Europa fecha em forte baixa

Após o índice de preços ao consumidor (CPI) americano surpreender em agosto, foi a vez do CPI do Reino Unido mostrar números fortes para o mês, embora desacelerando ante o resultado de julho e em linha com as expectativas

Maioria das Bolsas da Europa fecha em forte baixa - Banco de Imagens


A bolsas europeias encerraram seu segundo pregão seguido de perdas, com exceção de Milão - que subiu 0,49%, a 22.413,46 pontos. O quadro no mercado acionário europeu é de cautela generalizada por conta da escalada inflacionária e consequente aperto monetário nas principais economias do mundo. Após o índice de preços ao consumidor (CPI) americano surpreender em agosto, foi a vez do CPI do Reino Unido mostrar números fortes para o mês, embora desacelerando ante o resultado de julho e em linha com as expectativas.


O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,86%, a 417,51 pontos.

Em Londres, o FTSE 100 cedeu 1,47%, a 7277,30 pontos. Por lá, o mercado digeriu o avanço de 9,9% no CPI britânico para agosto. Segundo o ING, a inflação local deve subir um pouco mais após a desaceleração no mês passado e atingir um pico de 11%. O número vem uma semana antes da próxima reunião do Banco da Inglaterra (BoE), que deve marcar um novo aumento de juros no Reino Unido. O ING projeta mais uma alta de 50 pontos-base, mas alerta que um ajuste de 75 pontos-base, como fez o Banco Central Europeu (BCE), não pode ser descartado.

Em Frankfurt, o DAX teve baixa menor, mas também forte, de 1,22%, aos 13.028,00 pontos, enquanto o parisiense CAC 40 cedeu 0,37%, a 6.222,41 pontos. Entre outros dados, a produção industrial na zona do euro recuou 2,3% entre junho e julho, bem mais que o previsto.

Além do Reino Unido, a política monetária na zona do euro também ficou no foco do mercado.

Economista chefe do BCE, Philip Lane ressaltou a forte inflação no bloco, reforçou que a entidade deve subir mais os juros nas suas próximas reuniões e sugeriu que os ajustes no começo do ciclo serão mais fortes. Já o presidente do Banco da França e dirigente do BCE, François Villeroy de Galhau, afirmou que os juros básicos podem subir além de 2%, patamar que ele considera próximo da chamada taxa neutra, que não estimula nem comprime a atividade econômica.

Por fim, o chefe do BC do Chipre e também integrante do BCE, Constantinos Herodotou, ponderou que ainda não dá estimar quanto os juros precisarão subir para retomar a estabilidade de preços na zona do euro.

Nas praças ibéricas, o IBEX 35, de Madri, perdeu 0,10%, a 8 055,60 pontos, enquanto o lisboeta PSI 20 recuou 0,84%, a 5 974,62 pontos.