Mecânico que usou caminhonete para atropelar 17 pessoas é condenado a 11 anos de prisão

Crime aconteceu em 2020; entre as 17 vítimas, duas morreram

Mecânico que usou caminhonete para atropelar 17 pessoas é condenado a 11 anos de prisão - Arquivo/WhatsApp


O mecânico Paulo Alves da Silva, 50 anos, foi condenado a uma pena de 11 anos e 15 dias de prisão pelas mortes de João Bringhel e Jonathan Coelho Rocha, ocorridas em janeiro de 2020, em Nova Independência. O julgamento ocorreu no Fórum Estadual de Andradina. Foram mais de 15 horas de trabalho e a sentença só foi lida por volta das 2h desta quinta-feira (17).


Na época do crime, o mecânico foi apelidado como “Valentão” depois de protagonizar umas das maiores tragédias da cidade. Ele usou uma caminhonete S10 como “arma” para atingir pessoas que participam de uma festa, na calçada de um bar.

O réu também foi julgado pelo atropelamento das 15 pessoas, que tiveram ferimentos de graus variados na época do crime.

No júri presidido pelo juiz Alexandre Rodrigues Ferreira, Silva também foi julgado pelos crimes de embriaguez ao volante e vias de fato.

O corpo de jurados foi composto por três mulheres e quatro homens, escolhidos por sorteio. O promotor da ação foi Carlos Leonardo Martins da Silva, de Araçatuba, que substituiu a promotora titular afastada das atividades presenciais devido a pandemia.

Os trabalhos começaram com mais de uma hora de atraso. Três testemunhas foram ouvidas presencialmente durante o julgamento.

PERDÃO

Ao ser interrogado o mecânico negou qualquer intenção em cometer o crime. Na alegação dele, afirmou ter perdido o controle de direção da caminhonete ao passar por uma valeta.

"Eu bati com o queixo no volante e desmaiei. Só acordei no outro dia quando um policial me perguntou se eu lembrava do que fiz. Quando ele falou que morreram duas pessoas entrei em desespero", relatou o réu.

Silva disse ainda que estava arrependido do ocorrido e pediu perdão aos familiares das vítimas. "Se eu pudesse daria minha própria vida para trazer aquelas pessoas de volta", disse com voz embargada.

Ele ainda enfatizou que dirigia em baixa velocidade e não se considerava embriagado na ocasião. Porém, um laudo apresentado pela promotoria confirmou a embriaguez.

O advogado do mecânico, Dil Gomes, de Andradina, pediu pela absolvição de seu cliente e que os jurados não considerassem as 15 tentativas de homicídios.

IMPUNE

O promotor Carlos Leonardo defendeu que o caso não poderia ficar impune. "Ainda que Paulo seja condenado terá direito de ser visitado por seus familiares. Mas, e os familiares do João Bringel e do Jhonatan? (vítimas fatais)", alegou.

A sentença lida perto das 2h, os advogados e familiares do réu comemoraram. A mãe de Silva que acompanhou os trabalhos ficou emocionada.

O Ministério Público deverá recorrer da sentença e pedir nova condenação. (Com informações do portal 018 News)