Novidade: Simone Tebet

Novidade: Simone Tebet - Divulgação/MDB


Neste último dia 8, foi lançada em Brasília a candidatura da senadora Simone Tebet à Presidência da República pelo MDB. O evento, altamente concorrido, selou a unidade interna do partido, cacifando-o a um maior protagonismo nacional. Não é de fato plausível que um partido deste porte não entre em igualdade de condições com os demais. E o fez apresentando uma mulher enquanto candidata, algo que por si só já constituiu uma novidade, sobretudo hoje com uma forte demanda feminina no cenário político.


Mulher. Já na própria organização do ato, a presença feminina esteve em destaque. A apresentadora foi uma mulher negra, expondo todo o apreço do partido pela igualdade de gêneros, pela diversidade e pelas minorias. Em uma agremiação até então conhecida pelo caráter sisudo de dirigentes e políticos predominantemente masculinos, houve clara intenção de mostrar a renovação em curso. Dentre os participantes, o número de mulheres foi também expressivo, marcando uma diferença em relação a outras candidaturas. A própria postulante fez questão de frisar o seu caráter feminino, ressaltando características da mulher como a emoção e uma maior sensibilidade com as pessoas, em particular as que vivem na indigência e na miséria. Eis um traço diferencial importante em relação aos outros candidatos.

Renovação. O lançamento de sua candidatura foi feito por aprovação unânime da Executiva do partido, reunida para a ocasião. Foi todo o processo capitaneado pelo deputado Baleia Rossi, presidente da agremiação, uma cara nova que pensou na necessidade de o partido ter este protagonismo. Frente a problemas anteriores de vários de seus parlamentares, alguns com a ficha não limpa, cabe ressaltar o esforço de renovação através de parlamentares comprometidos com o futuro e o Brasil. Tradicionalmente divido, o MDB, com vários caciques mandando em seus respectivos estados, alguns apoiando Lula, outros Bolsonaro, saiu unido, respeitando igualmente a sua pluralidade. Em um país atualmente atravessado pelo “nós contra eles”, tanto em sua vertente lulista quanto bolsonarista, o partido deu mostras de seu apreço pela convivência dos que divergem entre si, pela pluralidade política e, mais importante, pela democracia. A democracia apareceu nitidamente em seu valor universal.

Ideias. O discurso de aceitação da senadora de sua candidatura a presidente da República foi enfático em que estaria cumprindo uma missão partidária e nacional, apresentando-se com determinação como postulante ao maior cargo do país. Do ponto de vista do conteúdo, tratou de ressaltar o seu forte componente social, advogando pela erradicação da miséria, algo verbalizado como moralmente insuportável. E indicou as vias para isto, não apenas de ajuda assistencial aos mais necessitados, mas mediante uma educação pública de qualidade. Se tivesse de expressar em poucas palavras as suas ideias diria que advoga pela igualdade de oportunidades. Uma escola pública de qualidade é condição para que as pessoas se alcem ao exercício pleno da cidadania. A perpetuação da desigualdade entre ricos e pobres reside, precisamente, em que possuem educações diferentes, uma de qualidade e a outra não. É dever do Estado oferecer a todos os seus membros as condições para que possam sair do desamparo e da pobreza. E a educação é aqui um fator essencial.

Saúde. Destacou com força sua participação na CPI da COVID, posicionando-se pela ciência, pela vacina, pela saúde pública, com críticas acerbas ao presidente Bolsonaro por seu negacionismo, pelo conjunto de suas atitudes anticientíficas. Tivesse outro sido o seu comportamento, menor teria sido o número de mortes e das pessoas atingidas pela doença. A mensagem foi a de que a posição governamental no tratamento desta questão foi propriamente intolerável. Mais especificamente, chegou a propor uma maior colaboração entre autoridades, universidades públicas e privadas e laboratórios, também públicos e privados, em uma espécie de cadeia nacional da saúde.  Tais parcerias poderiam mudar o quadro nacional, já prevendo novas cepas, novos vírus e novas pandemias. É dever do Estado proteger a saúde dos seus cidadãos.

Eis, em rápidas palavras, a mensagem desta nova candidatura.