Número de casamentos e divórcios cresce no segundo ano de pandemia, afirma IBGE

A proporção de divórcios com guarda compartilhada dos filhos menores saltou de 7,5%, em 2014, para 34,5%, em 2021

Número de casamentos e divórcios cresce no segundo ano de pandemia, afirma IBGE - Reprodução


O número de casamentos e de divórcios cresceu em 2021, segundo ano de pandemia, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados na manhã desta quinta-feira, 16.


Foram registrados 932 mil casamentos em 2021, uma alta de 23,2% em relação a 2020 - uma das explicações pode ser a retomada de realização de cerimônias após o adiamento de festas no auge das medidas de isolamento pelo coronavírus. Apesar do aumento, o número ainda não retornou ao patamar anterior ao da pandemia.

Já o número de divórcios judiciais concedidos em 1ª instância ou por escrituras extrajudiciais chegou a 386,8 mil, com alta de 16,8% frente a 2020. Foi o maior aumento porcentual em relação ao ano anterior desde 2011 (45,4%).

A proporção de divórcios com guarda compartilhada dos filhos menores saltou de 7,5%, em 2014, para 34,5%, em 2021. A Lei nº 13.058, de 2014, passou a priorizar essa modalidade em separações entre casais com filhos menores.

Nascimentos e mortes

A pandemia contribuiu para a redução da taxa de nascimento, segundo os dados do IBGE. Em 2020, a redução do número de nascimentos tinha sido de 4,7%. No ano seguinte, a queda foi menor, mas se manteve (1,6%). Foram 2,6 milhões de nascimentos registrados, o menor total desde 2003.

Em 2021, o número de óbitos no País aumentou 18%, chegando a 1,8 milhão - um recorde na série histórica iniciada em 1974.

Com a continuidade da pandemia, o número de óbitos em 2021 teve um aumento superior ao que já tinha sido observado em 2020 por causa da doença, sobretudo no primeiro semestre, como mostram os dados do IBGE coletados junto aos cartórios de Registro Civil do País.

A análise da série histórica indica que o aumento na quantidade de mortes no período anterior à pandemia, mais especificamente de 2010 a 2019, era de, em média, 1,8% - compatível com a taxa de crescimento demográfico do País, reflexo das alterações na estrutura etária brasileira provocadas pela queda de fecundidade e aumento da longevidade.

No primeiro ano da pandemia, 2020, o aumento do número de óbitos foi significativo. De uma média de 1,8%, saltou para 14,9%. No ano seguinte, o aumento foi de 18,0%. Se comparado o ano de 2021 com o de 2019, houve mais 469.055 mortes ou 35,6%. A elevação foi maior em 2021 praticamente em todas as faixas etárias, exceto no grupo acima dos 70, os primeiros a serem vacinados.

O mês em que foi registrado o maior número de óbitos foi março, com 202.511 mortes contabilizadas. A implementação de medidas sanitárias e, posteriormente, das campanhas de vacinação contribuíram claramente para o recuo da pandemia. A partir de julho de 2021, os números começaram a apresentar uma tendência de queda.