​Número de explosivos instalados durante mega-assalto em Araçatuba foi o maior da história do país

Mapa publicado nesta segunda (2) também mostra que violência do 'Novo Cangaço' afetou 7,6 milhões de pessoas em seis anos

​Número de explosivos instalados durante mega-assalto em Araçatuba foi o maior da história do país -


O número de explosivos encontrados em Araçatuba durante o mega-assalto ocorrido na cidade, em agosto do ano passado, foi o maior da história do país, aponta levantamento feito pela Associação Mato-Grossense para o Fomento e Desenvolvimento da Segurança, a pedido do portal UOL.


A entidade foi criada para estudar ações criminosas cometidas por grupos fortemente armados que aterrorizam municípios do interior, com assaltos a agências bancárias e instituições financeiras, o que ficou conhecido como "novo cangaço". A PM-SP (Polícia Militar de São Paulo) diz que a ocorrência teve a maior quantidade de detonadores instalados por criminosos no estado.

O mega-assalto ocorrido em Araçatuba deixou três mortos e foi considerado o mais violento praticado pelo 'Novo Cangaço' pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.  Ao todo, 98 detonadores espalhados por vias públicas, veículos e uma agência bancária da cidade foram desarmados pelas forças de segurança.

Na época do crime, um dos explosivos chegou a ser acionado e fez com que um homem, que passava pelo centro da cidade de bicicleta, tivesse os dois pés amputados.

MAPA

Um mapa divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou que crimes praticados pelo 'Novo Cangaço' afetaram áreas que atingem 7,6 milhões de pessoas. Nos últimos seis anos, 22 assaltos violentos foram praticados por organizações criminosas em diferentes regiões do Brasil​ e uma delas no Paraguai. Este último, quando uma quadrilha roubou R$ 120 milhões de uma transportadora de Cidade Del Leste, em uma investida ocorrida em 2017 e conhecida como "o assalto do século"​.

Segundo especialistas, o "domínio de cidades" é um crime tipicamente brasileiro​, praticado geralmente em cidades consideradas médias e do interior. Entre 2017 a 2020 houve, em média, três ataques por ano.​

Algumas ações são de praxe dos bandidos neste tipo de crime, como o fechamento de rodovias que dão acesso às cidades, os ataques a batalhões da polícia, o uso de veículos blindados, armamento de grosso calibre e também o uso de explosivos e de materiais inflamáveis.