​Prefeito de Palestina é detido em operação que investiga desvio de verbas para​ combater a​ ​c​ovid-19

Segundo a Polícia Militar, Fernando Luiz Semedo foi detido em casa, com R$ 80 mil em dinheiro

​Prefeito de Palestina é detido em operação que investiga desvio de verbas para​ combater a​ ​c​ovid-19 - Melissa Alcântara/SBT Interior


O ​atual ​prefeito de Palestina (SP), ​​Fernando Luiz Semedo​​, foi detido durante uma operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (​Gaeco​) com o apoio do 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP), na manhã desta quinta-feira (17).


Segundo informações preliminares da Polícia Militar, a operação investiga o desvio de R$ 8 milhões de verbas públicas no repasse de respiradores utilizados em tratamentos​ para combater a ​covid-19​, doença causada pelo novo coronavírus​.​ ​Com o prefeito​, que foi detido na casa dele,​ foram apreendidos R$ 80 mil em espécie.

De acordo com o MP, os envolvidos são suspeitos de integrarem um esquema de criação de empresas de fachada, constituídas apenas formalmente, para a prestação de serviços de saúde no município.

Além do prefeito, outras quatro pessoas foram detidas e mais cinco servidores foram afastados.

"As empresas envolvidas não tinham sede, equipamentos de apoio, estrutura, funcionários registrados nem profissionais da saúde em seus quadros. Ainda assim, eram contratadas pela prefeitura para o fornecimento de serviços médicos, fazendo meras seleções e “contratações” informais desses profissionais. O contato, a escolha e a escalação eram feitos diretamente por servidores municipais. Nesse contexto, as companhias não atenderam a exigências e requisitos de qualificação e capacitação na contratação de médicos e profissionais da área da saúde para a composição de seus quadros, já que, simplesmente, não dispunham desses profissionais. A escolha daqueles que cumpririam os plantões e atender​iam​ a população mais carente se fazia de forma informal, muitas vezes aleatória, amadora e sem qualquer critério técnico pré-estabelecido. Médicos chegaram a ser procurados via redes sociais​", explicou o MP.

​As investigações apontaram que a organização criminosa manipulava os valores das notas fiscais, inchando os valores pagos aos médicos e demais profissionais por meio do aumento das horas trabalhadas.

A diferença entre o que era realmente pago aos profissionais e aquilo que era repassado pela prefeitura, com base em nota fiscal emitida por empresas terceirizadas com valor superior, era dividido entre os integrantes da organização criminosa, de acordo como MP.



A gestão de Semedo na Prefeitura de Palestina termina dia 31 de dezembro. O prefeito eleito em Palestina foi Reinaldo Cunha, do PSDB.

Nesta quinta​-feira​ (17), mandados de busca estão sendo cumpridos ​pelo Gaeco ​em Palestina, Rio Preto, Macaubal, Bebedouro e Votuporanga.​