"A diferença é que eu não tenho rabo preso com ninguém", diz Moro sobre Bolsonaro e Lula

Pré-candidato à Presidência pelo Podemos foi o entrevistado desta terça-feira (1º) pelo programa Tela Política, do Tela 2, plataforma de streaming do SBT no interior

"A diferença é que eu não tenho rabo preso com ninguém", diz Moro sobre Bolsonaro e Lula - Kaio Esteves/SBT Interior


O ex-juiz e pré-candidato à presidência da República Sérgio Moro (Podemos) voltou a criticar os governos Lula e Bolsonaro e afirmou que, na posição hoje de uma alternativa ao Planalto, a diferença entre ele e os outros dois é que ele "não tem rabo preso com ninguém".


"A diferença é que eu não tenho rabo preso. O presidente [Bolsonaro], desde que surgiu a rachadinha com a família dele e que pode chegar até ele, virou um refém. O Lula vive querendo falar de um passado que não deu certo. Eu sou diferente, não tenho rabo preso com nada", afirmou.

Moro foi entrevistado pelos jornalistas Marcelo Casagrande e Juliano Abocater no programa Tela Política, da plataforma de streaming o SBT no interior, o Tela 2. Questionado se conversará, caso eleito, com o Centrão, Moro preferiu não se comprometer e se esquivou.

"Estamos conversando com vários partidos. É possível construir, mas é preciso ter projeto, liderança, mas sem abdicar de princípios e valores. É possível ter um diálogo com todas as forças políticas".

RACHADINHA E VOZ DE PRISÃO

Moro, que foi ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro durante 1 ano e 4 meses, elogiou os indicadores conquistados durante sua gestão à frente da pasta, mas afirmou que Bolsonaro trabalha para proteger sua família das investigações contra eles.

"Hoje você não tem investigações substanciais. Procure se alguém está sendo preso por crime de corrupção. Ninguém vai ser ingênuo de dizer que não tem corrupção. A culpa disso decorre do enfraquecimento como uma reação no combate à Lava Jato. Parte do judiciário tem culpa. Parte do STF, parte o Congresso, que enfraqueceu as leis de combate à corrupção, e o presidente da República fazem parte desse enfraquecimento. O PT passou o tempo todo atacando o combate à corrupção do governo dele, e o presidente Bolsonaro tem escândalos de rachadinha que chegam e se aproximam dele e não foram investigados de maneira adequada", disse.

"Bolsonaro queria me ver fora do governo porque eu não protegeria ele da Receita Federal ou do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). Se alguém tivesse me pedido isso, eu daria voz e prisão na hora. Jamais aceitaria isso. Prefiro sair", completou.



PROGRAMAS SOCIAIS

M​oro ainda falou que a retomada do emprego é o ponto central do seu plano de governo, disse que a inflação "come o bolso dos pobres" e reafirmou que não pretende se desfazer dos programas sociais voltados para famílias carentes.

"Não pretendo mexer nos programas sociais, são importantes. A crítica que eu fiz foi em relação à mudança de nome, que buscaram dissociar quem realmente criou, que foi o governo Fernando Henrique Cardoso. Mas eles não resolvem o problema. O que resolve é a retomada do crescimento econômico para melhoria de renda das pessoas. E, em complemento, estamos criando uma força-tarefa nacional de erradicação contra a fome para identificar essas famílias que estão na armadilha da pobreza e tentar fazer com que os programas cheguem até elas. Mas é preciso mais do que os programas sociais e isso está no foco do nosso projeto. Queremos fazer com que isso seja uma política de Estado, não de governo. O que eu quero é resolver o problema".

A entrevista completa estará disponível no Tela 2 a partir do próximo sábado (5) e será exibida, na íntegra, no SBT no interior, também no sábado, a partir das 19h15.