A ansiedade atinge mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, o transtorno afeta cerca de 18,6 milhões de indivíduos, conforme dados da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), o que corresponde a 9,3% da população. Paraguai (7,6%), Noruega (7,4%), Nova Zelândia (7,3%) e Austrália (7%) surgem em seguida, completando o ranking dos cinco países com o maior percentual de registros.
Paralelamente, o maior e mais recente mapeamento global de transtornos mentais da OMS (Organização Mundial de Saúde) também destacou que o Brasil possui a população com a maior prevalência de transtornos de ansiedade no planeta.
Na visão de Margarida Ferreira, psicóloga e cofundadora de um streaming da área de psicologia do Brasil, o alto índice de casos de ansiedade na população do país é decorrente de vários gatilhos sociais e econômicos, desencadeadores da insegurança emocional, vivenciada no dia a dia dos brasileiros que, consequentemente, vivem “sob pressão”.
Com efeito, a Opas destaca que, em todos os países, são as pessoas mais pobres e desfavorecidas que correm maior risco de problemas de saúde mental e que também são as menos propensas a receber serviços adequados.
A organização também chama a atenção para o fato de que, mesmo antes da pandemia de Covid-19, somente uma pequena fração dos indivíduos que precisavam de cuidados de saúde mental eficazes, acessíveis e de qualidade de fato os recebiam.
De acordo com um artigo da BVS MS (Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde), os transtornos da ansiedade têm sintomas bem mais intensos do que aqueles vivenciados pela “ansiedade” comum, que pode acometer as pessoas em seu cotidiano. Os principais sintomas incluem:
Preocupações, tensões ou medos incomuns;
Sensação contínua de que algo ruim vai acontecer;
Preocupações excessivas com dinheiro, família, saúde ou trabalho, entre outros;
Medo extremo de objetos ou situações específicas;
Preocupação constante de ser humilhado em público;
Falta de controle sobre pensamentos e atitudes;
Pavor após vivenciar algo difícil.
Ferreira destaca que os sintomas da ansiedade devem ser trabalhados através da psicoterapia, técnicas de relaxamento, hipnose e dessensibilização sistemática. “Em alguns casos, também é necessário passar por um acompanhamento psiquiátrico para o uso de psicofármacos”, explica a psicóloga.
De acordo com as informações da BVS MS, a maior parte das pessoas começa a se sentir melhor e retoma suas atividades depois de algumas semanas de tratamento. O órgão recomenda que as pessoas que sofrem com ansiedade devem procurar ajuda especializada em uma unidade de saúde mais próxima.
Segundo o artigo, “a combinação de diagnóstico precoce e preciso, tratamento eficaz e acompanhamento por um longo prazo são imprescindíveis para obter melhores resultados e menores prejuízos”.
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