A ação faz parte de uma investigação num suposto caso de corrupção, de acordo com o Escritório Central de Combate à Corrupção e Delitos Financeiros e Fiscais (OCLCIFF) e da Brigada de Repressão aos Crimes Econômicos (BRDE), entidades responsáveis pela apuração.
A organização dos Jogos confirmou as ações no escritório principal, em Saint-Denis, e também no Solideo (órgão público ligado à entrega das estruturas da Olimpíada), em Paris. "Uma operação de busca está em andamento na sede do Comitê Organizador. Paris-2024 colabora plenamente com os investigadores", informou a entidade, em comunicado.
De acordo com o jornal francês Le Monde, as buscas também alcançaram a sede de diversas empresas e consultorias ligadas à organização dos Jogos. O Comitê de Paris-2024 disse que não faria mais comentários sobre a investigação.
A apuração está relacionada a duas investigações preliminares ligadas aos Jogos Olímpicos e cujo conteúdo ainda não se tornou público. As autoridades não revelaram quando divulgarão os detalhes de cada caso.
Uma das investigações foi aberta em 2017, ano em que Paris foi escolhida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) como sede de 2024, e se refere a suspeitas de desvio de fundos públicos e dar preferência a empresas específicas. Há ainda preocupações sobre contratos poucos específicos.
A outra apuração iniciou no ano passado, após auditoria da Agência Francesa Anticorrupção. O Ministério Público informou que o caso trata de suspeita de conflito de interesses e favoritismo envolvendo diversos contratos firmados entre o Comitê Organizador e a Solideo.
As buscas acontecem ao mesmo tempo em que o Conselho Executivo do COI inicia uma reunião de dois dias em Lausanne, na Suíça, na expectativa de fazer elogios aos organizadores de Paris-2024. O presidente do COI, Thomas Bach, disse a repórteres na segunda-feira que a reunião "é claro que será sobre Paris, onde temos boas notícias após a visita da missão de coordenação e após minha visita à França, ao presidente Macron e também ao comitê organizador".
A Olimpíada de Paris se torna a terceira seguida a ser envolvida em suspeitas de corrupção. Antes, os Jogos de Tóquio, disputados em 2021, e Rio-2016, foram alvos de investigações. No caso da competição no Brasil, havia suspeita sobre compra de votos para a escolha da cidade carioca para sediar o megaevento esportivo.
Quanto à capital japonesa, a apuração se devia à suspeita de corrupção envolvendo diversos membros do Comitê Organizador. Eles teriam recebido dinheiro de empresas que foram escolhidas para parcerias com a organização dos Jogos.
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