27/06/2025 • 15:36:52

De Rio Preto ao Rio: jovem realiza sonho de estudar Ciência de Dados

DA REDAÇÃO - ARAÇATUBA



O acesso ao ensino superior de qualidade ainda é um desafio para milhões de jovens brasileiros, especialmente aqueles vindos da rede pública. Em meio às desigualdades sociais e educacionais que marcam o Brasil, iniciativas que aliam mérito acadêmico e suporte estrutural tornam-se fundamentais para transformar talentos promissores em protagonistas do futuro. É nesse cenário que o Centro para o Desenvolvimento da Matemática e Ciências da Fundação Getulio Vargas (FGV CDMC) vem se destacando, ao criar caminhos reais para estudantes que muitas vezes não enxergavam a possibilidade de alcançar instituições de excelência.

Desde 2017, o Programa Seleção de Talentos, promovido pela FGV CDMC, tem sido uma dessas pontes fundamentais. Voltado para alunos de destaque, especialmente medalhistas de olimpíadas científicas, o programa identifica, prepara e apoia jovens de diferentes regiões do Brasil para os cursos da instituição no Rio de Janeiro. Mais do que uma oportunidade, o programa oferece estrutura: moradia, bolsa de estudos, auxílio-manutenção, acolhimento e orientação, formando uma base sólida para que esses estudantes possam não apenas entrar, mas permanecer e brilhar em um ambiente altamente desafiador. É nesse contexto que se insere a história de Pedro Santos Tokar.

Natural de São José do Rio Preto, ele se mudou para a Cidade Maravilhosa, onde cursa hoje Ciência de Dados e Inteligência Artificial na Escola de Matemática Aplicada da FGV (FGV EMAp). Mas, para entender como Pedro chegou até aqui — de uma escola do interior paulista às salas da instituição carioca —, é preciso voltar alguns anos e conhecer a base familiar, os primeiros incentivos e o despertar de uma vocação que começou ainda na infância.

INCENTIVO

Desde pequeno, Pedro entendeu que o estudo poderia ser um caminho para transformar sua realidade. Filho único, ele cresceu em um ambiente onde a educação era uma prioridade — tanto por incentivo familiar quanto pelo exemplo cotidiano da mãe, professora à época no Colégio CERP, onde ele mesmo estudou o Ensino Fundamental como bolsista.

“Meus pais sempre me apoiaram. Quando eu disse que queria ir para o Rio de Janeiro estudar, eles aprovaram na hora. Minha mãe sempre falava que eu não precisava me limitar a ficar em Rio Preto, que eu tinha que fazer a faculdade que eu queria”, conta.

Foi graças à bolsa que conquistou no CERP, uma escola particular do município, que Pedro teve acesso a uma base educacional sólida. Durante esses anos, os primeiros sinais da afinidade com Matemática começaram a aparecer. Mas foi no momento da transição para o Ensino Médio que sua trajetória ganhou novo rumo.

“Quando eu estava no 9º ano, fiz o vestibulinho da Etec Philadelpho Gouvêa Netto e passei. Escolhi o curso técnico de Mecatrônica porque era o que mais tinha a ver com as olimpíadas que eu já vinha fazendo, como a de Matemática e a de Robótica. Eu já sentia que minha aptidão era para as Ciências Exatas”, admite.

O ingresso na Etec marcou uma virada importante. A escola pública oferece Ensino Médio integrado com formação técnica, o que deu a Pedro a chance de aprofundar seus conhecimentos em tecnologia e engenharia aplicada — mesmo com as limitações impostas pela pandemia de COVID-19, que prejudicaram parte da experiência prática.

“Durante o curso técnico, mesmo com as aulas online, eu tive ainda mais certeza de que gostava dessa área. Quanto mais eu estudava, percebia que tinha mais facilidade nas Exatas do que nas Humanas ou Biológicas”, revela.

A inclinação para as Ciências Exatas também se manifestava nas competições acadêmicas. Pedro participou de diversas olimpíadas: de Matemática, de Robótica, de Astronomia e, mais tarde, da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) — essa última já durante o Ensino Médio na Etec.

“Fiz a OBMEP em 2021, no segundo ano do Ensino Médio. Foi quando peguei a medalha de prata. Aí, no começo do terceiro ano, em 2022, recebi um e-mail da FGV CDMC me convidando para participar do curso de reforço do Seleção de Talentos. Eu não conhecia muito a FGV antes disso, mas resolvi tentar”, relembra o jovem.

A partir daí, sua vida começou a tomar um novo rumo.

OPORTUNIDADE

Pedro foi um dos muitos medalhistas identificados pela equipe da FGV CDMC, que promove o Encontro Seleção de Talentos. O programa visa ampliar o acesso de alunos com excelente desempenho da rede pública de todo o Brasil aos cursos de graduação da instituição na capital fluminense.

“O curso online deles foi muito bom, essencial para entender o estilo da prova da FGV. Me deu confiança. Além do conteúdo em si, ajudou a pensar do jeito que a prova exige. E tudo de forma gratuita, com muito suporte”, confirma o estudante.

Até aquele momento, o plano de Pedro era cursar Engenharia Mecatrônica na USP, onde seria aprovado diretamente do 3º ano do Ensino Médio. A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) também se tornou uma alternativa via Enem, mas a proposta do curso de Ciência de Dados e Inteligência Artificial da FGV chamou sua atenção.

“Dos cursos da FGV, foi o que mais me atraiu. Envolvia programação, estatística, matemática... tudo que eu já gostava. E também por ser uma área nova, em crescimento, eu estaria estudando algo que está na fronteira do conhecimento”, avalia.

A escolha da FGV, no entanto, não se deu apenas pela qualidade do curso. O Programa Seleção de Talentos oferecia uma estrutura rara no ensino superior brasileiro: moradia nos dois primeiros anos, bolsa de estudos, auxílio financeiro, curso de inglês e acompanhamento constante.

“Na USP, eu teria que pedir bolsa permanência, correr atrás de tudo. Aqui, a FGV me deu um suporte que fez toda a diferença. Alojamento, ajuda de custo, psicólogos, apoio acadêmico... tudo já estava pronto para conseguirmos focar nos estudos”, explica Pedro.

A decisão foi reforçada após a interação com outros estudantes por aplicativos de mensagens instantâneas, especialmente os mais experientes na instituição. “No grupo de calouros no WhatsApp, vi que muitos veteranos também tinham vindo pelo CDMC. Isso me animou. Eu não estaria sozinho nessa experiência de sair da cidade, do estado, para vir estudar no Rio”, revela.

NOVA REALIDADE

Com 18 anos recém-completos, Pedro foi aprovado em 9º lugar no vestibular da FGV. A mudança não só de cidade, mas também de realidade de vida, foi facilitada pela infraestrutura que o programa oferece.

“Foi um choque no começo. O Rio de Janeiro é muito maior que Rio Preto. É outro ritmo, outro tipo de ambiente. Mas o alojamento ajuda demais. É uma coisa a menos para se preocupar, e isso permite que a gente se concentre na adaptação e nos estudos”, detalha o aluno de Ciência de Dados e Inteligência Artificial.

Hoje, Pedro está completamente inserido na vida acadêmica da instituição carioca. Já cursou disciplinas do mestrado oferecido pela FGV EMAp, que está vinculada ao seu curso de graduação, e pretende seguir por esse caminho.

“Meu plano é fazer pelo menos o mestrado aqui. Já adiantei algumas matérias, então talvez consiga terminar em menos de dois anos. Também penso em seguir para o mercado de trabalho, porque o estágio é obrigatório e a área tem muitas possibilidades”, projeta.

No momento, ele tem se interessado especialmente pela área de consultoria. “Consultoria me chama a atenção, porque você trabalha com projetos diferentes, empresas de áreas diversas. E como Ciência de Dados pode ser aplicada em tudo, me parece uma forma interessante de explorar vários setores ao mesmo tempo”, analisa.

Pedro representa milhares de mentes brilhantes espalhadas pelo Brasil, muitas vezes invisíveis ao sistema tradicional, que, ao receberem uma oportunidade justa, mostram do que são capazes.

E, para quem está agora diante da difícil decisão sobre o futuro, ele deixa um conselho certeiro: “Tente escolher um curso que combine com o que você gosta. A graduação é puxada, e ter afinidade ajuda muito a seguir firme. E, além de olhar o nome da faculdade, veja também o suporte: tem bolsa? Tem alojamento? Tem acolhimento? Tudo isso faz muita diferença”, orienta.

EXEMPLO

Pedro Santos Tokar é, em muitos sentidos, o retrato do potencial brasileiro quando a educação encontra as condições certas para florescer. Sua história mostra como a FGV, por meio do Programa Seleção de Talentos da FGV CDMC, vem cumprindo um papel estratégico: transformar potencial em realidade e, consequentemente, em lideranças.

De uma sala de aula em São José do Rio Preto para o coração da FGV no Rio de Janeiro, Pedro segue, com os pés no chão e o olhar no futuro, mostrando que, quando se aposta em jovens brilhantes, o país inteiro ganha.

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