Com a iniciativa de dar uma segunda vida a frutas e legumes de aspecto pouco comercial, além de criar frangos de corte e aves poedeiras em espaços não confinados, a Escola Técnica Estadual (Etec) Dr. José Luiz Viana Coutinho, de Jales, oferece aos alunos a oportunidade de aprender práticas inovadoras e responsáveis na área agrícola.
O primeiro projeto é o Fruta Feia, que atua em duas frentes: compra de produtos naturais sem apelo visual, desprezados pelos consumidores, e sua transformação em geleias, compotas, doces em calda, polpas congeladas e tomates para a confecção de molho. “Em Jales, a produção de frutas é a base da agricultura local, predominantemente composta por pequenos produtores familiares”, conta o diretor Willians Pizolato.
A ideia não foca apenas no desperdício. Pesou também a questão fitossanitária: ao apodrecer no pomar, a fruta se torna fonte de proliferação de inúmeros patógenos que podem aumentar a incidência de pragas e doenças. Mais um motivo para levar a fruta ao pote.
Análise econômica
Atuam no projeto grupos de alunos voluntários, residentes da unidade, do Ensino Médio integrado ao Técnico em Agropecuária, e do curso Técnico em Alimentos, sempre fora do período das aulas regulares.
“São cinco horas semanais em que os jovens estão em contato com os produtores rurais da região e na própria Etec, realizando análise física, colheita, comercialização e recepção de matéria-prima, bem como colaborando no processamento das frutas na agroindústria da escola”, explica o diretor.
A análise econômica também faz parte do projeto, a fim de determinar os valores a serem pagos aos produtores e os valores de comercialização dos produtos processados para a comunidade escolar e regional. “O resultado é a garantia de maior rentabilidade ao produtor e menor risco frente às oscilações do mercado”, diz.
Vida fora da gaiola
O segundo projeto da unidade vai ao encontro de um anseio de parte do público adepto de um consumo mais consciente: a criação das aves de corte e de galinhas poedeiras em espaços livres.
“A preocupação com o bem-estar dos animais de produção é um dos temas mais discutidos na atividade agropecuária atual. Para que essa prática seja viável, no entanto, é preciso que haja demanda do mercado consumidor”, avisa o diretor, lembrando que “já é conhecido o fato de que elevados padrões de bem-estar animal impactam na qualidade dos alimentos, o que tem direcionado muitas decisões do consumidor”.
Durante o dia, as aves ficam livres no espaço interno, com segurança, água, alimento e poleiros, e com acesso a um piquete (tipo de cercado usado no sistema semi-intensivo de criação de aves), com vegetação viva e sombra. Somente à noite são recolhidas a um ambiente fechado. Dessa forma, garante-se a boa saúde dos animais.
O sistema será o mesmo para as galinhas poedeiras, em sua maioria criadas em sistema de confinamento intensivo, em que as aves são alojadas em gaiolas dentro de galpões ao longo de toda a vida produtiva.
O diretor lembra que práticas de bem-estar estão longe de ser casos isolados e solitários. O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento vem fomentando a sua adoção por meio de parcerias com instituições públicas e privadas. Dessa soma de esforços surgem resultados, como o Protocolo de Bem-Estar para Aves Poedeiras e termos de cooperação, como os firmados com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Suínos e Aves.
Os projetos foram apresentados na segunda edição do Simpósio InterAgro. O evento foi realizado em outubro de 2024, pela Unidade do Ensino Superior de Graduação (Cesu) do Centro Paula Souza (CPS), em parceria com a Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Pompeia e a Etec Dep. Paulo Ornellas Carvalho de Barros, de Garça, com o tema Tecnologias e Inovações: tendências para o Agro.
Sobre o Centro Paula Souza – Autarquia do Governo do Estado de São Paulo vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, o Centro Paula Souza (CPS) administra as Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e as Escolas Técnicas (Etecs) estaduais, além das classes descentralizadas – unidades que funcionam com um ou mais cursos, sob supervisão de uma Etec –, em mais de 340 municípios. As Etecs atendem mais de 226 mil alunos nos Ensinos Técnico, Integrado e Médio. Nas Fatecs, o número de matriculados nos cursos de graduação tecnológica supera 91 mil estudantes. Além dos cursos técnicos e superiores de tecnologia, a instituição oferece Formação Continuada e Pós-graduação (stricto sensu e lato sensu).
Projeto Anjos da Guarda volta a atuar na educação para o trânsito em Birigui
Comerciante é multado em R$ 19,4 mil por manter aves exóticas em cativeiro sem licença
AEA empata sem gols com Paulista e segue na sétima posição da Série A4
Homem morre após ser atropelado em Presidente Prudente
Dono de imóvel é preso por filmar inquilinos com câmeras escondidas
Jovem da Fundação Casa de Araçatuba é aprovado em Ciências Biológicas na Unesp
SP amplia Delegacias de Defesa da Mulher com atendimento 24 horas
BAEP fecha refinaria de drogas em Araçatuba (SP)
Polícia civil apura crime de feminicídio em Teodoro Sampaio (SP)
Homem é preso em Araçatuba (SP) depois de descumprir medida protetiva, dirigir embriagado e em velocidade incompatível
Etec agrícola de Jales põe em prática sistemas sustentáveis
Com 11,2 milhões de mulheres ocupadas, estado de São Paulo lidera contratação no país
Compartilhe