Com monitoramento em tempo real do diário de classe desde 2023 e a implantação das ações de Busca Ativa, o Governo de SP elevou a frequência escolar nas unidades de ensino da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP). O percentual registrado no mês de novembro de 2024, com 86,4% de alunos em sala de aula, é a melhor marca desde o início da gestão. Em 2022, o percentual de estudantes que frequentava a escola todos os dias era de 79%.
Na comparação com novembro do ano passado, quando a média de presença foi de 81,9%, a frequência registrada em 2024 aponta a volta para a sala de aula de 135 mil alunos geralmente ausentes —, compondo um total de quase 2,6 milhões de crianças, adolescentes e adultos em sala todos os dias. O mês de novembro atingiu a melhor marca desde que a Busca Ativa foi implantada pela Secretaria da Educação, em setembro do ano passado.
O secretário da Educação, Renato Feder, reforça que mês a mês, na comparação entre setembro e novembro de 2023 e 2024, neste ano as médias foram melhores em todos os períodos. “Todas as ações que a Secretaria tem implantado e reforçado desde o início da gestão tem um foco principal: o aluno em sala de aula, aprendendo. Esses resultados provam que estamos no caminho certo, com espaço para melhorar. Especialmente os resultados de novembro mostram o comprometimento dos nossos alunos e de toda a rede com o Saresp, aplicado para o Ensino Fundamental ao longo deste mês. O avanço da aprendizagem passa pela frequência escolar”, afirma Feder.
Como funciona a Busca Ativa
Na rede estadual de ensino, as ações de Busca Ativa passaram a ser obrigatórias a partir de três faltas consecutivas e não justificadas. Uma resolução da Seduc-SP publicada no ano passado estabeleceu o acompanhamento individualizado com a atualização cadastral bimestral dos alunos e acompanhamento diário da frequência pela unidade escolar e diretoria de ensino, o contato e a notificação de pais ou responsáveis.
Na sede da Secretaria da Educação, uma ferramenta de BI permite o acompanhamento da frequência escolar em toda a rede e o diário de classe deve ser atualizado diariamente pelos professores.
Os alunos com frequência irregular e número excessivo de ausências têm garantidas possibilidades de recuperação da aprendizagem e de conteúdo. Além da redução das ausências diárias, a Busca Ativa também tem como objetivo evitar o abandono e a evasão escolar.
Do abandono à aprovação na USP pelo Provão Paulista
Marcos Vinicius Lobato Flores é ex-aluno da Escola Estadual Professora Chlorita de Oliveira Penteado Martins, localizada na cidade de Matão, no interior do estado de São Paulo. Em 2023, ele estava prestes a abandonar o Ensino Médio por conta de problemas pessoais, mas foi “resgatado” pela Busca Ativa da escola, que envolveu a direção, a coordenação pedagógica e professores responsáveis pela ação.
Tudo deu tão certo que além de concluir a 3ª série no ano previsto, o adolescente está entre os 15 mil estudantes beneficiados na primeira edição do Provão Paulista. Marcos Vinicius foi aprovado para o curso de direito da USP Ribeirão Preto e se mudou da cidade para dar início ao ensino superior. “Se não fosse pela Busca Ativa, eu não estaria na melhor da América Latina”, reconhece o universitário.
De ausente à medalhista de ouro
Em 2023, Alex Cremonesi, de 18 anos de idade, chegou a ter 40% de faltas no segundo bimestre e colecionava notas baixas no boletim. O estudante, um dos acompanhados por meio da e Busca Ativa, passou por uma transformação dentro e fora da escola coroada, neste ano, com a premiação com uma das medalhas de ouro da 1ª Olimpíada de Matemática das Escolas Estaduais (Omasp).
Alex está matriculado na 3ª série do Ensino Médio da Escola Estadual Professor Josué Benedicto Mendes, em Osasco, e conta que, no pós-pandemia, perdeu a motivação pelos estudos, não tinha interesse em ir à escola e estava mais fechado para as relações com colegas e professores, além de enfrentar alguns desafios dentro de casa.
“A pandemia me deixou mais quieto e na minha. Na volta para a escola, eu não tinha interesse nas aulas, me sentia desmotivado. Passei a valorizar cada vez menos estar na escola e, por um tempo, decidi trabalhar, chegava em casa cansado e não queria vir para a escola. Foi aí que tive esses recordes de falta”, conta Alex.
Marcos Ribeiro Serafim, o tutor de Alex na escola, leciona língua inglesa e preparação para o vestibular, e é apenas um dos profissionais da escola Josué que atua no processo de Busca Ativa e resgate de estudantes. Ex-aluno da mesma unidade de ensino, ele voltou à escola como professor em 2021. “Não há lugar melhor no mundo para o estudante do que a escola”, comenta o professor.
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