O problema do Brasil é o brasileiro? Eu estou falando do "jeitinho brasileiro", termo muitas vezes associado a pequenos desvios cotidianos. Tipo um disfarce social para tentar tirar vantagem de tudo.
Ao mesmo tempo, é visto também como uma virtude brasileira, um traço de um espírito criativo único, adaptado a um contexto de desigualdades.
O jeitinho brasileiro se configura pela busca da vantagem pessoal em detrimento dos outros, a quebra de regras estabelecidas e com o uso dessa mesma simpatia, do jeitinho brasileiro, com fins de ganho pessoal.
Mas isso não seria corrupção?
Sim, o jeitinho pode ser, num entendimento mais amplo, corrupção. Ele vai de uma simpatia humana, que se reconhece no outro e abre uma exceção em virtude das condições de vida. Mas pode ser também arranjos de contratos superfaturados de obras públicas para amigos e parentes.
"Ele pode estar associado à corrupção quando a pessoa busca levar uma vantagem relacionada à rede de relações que ela experimenta", afirma Bruna Aucar, da PUC-Rio.
Mas pesquisadores veem com muita cautela uma relação de causa e efeito. Como se o jeitinho fosse o pai da corrupção, e o brasileiro fosse meio que "corrupto por natureza". Muitos contestam até esse jeitinho como uma característica exclusivamente brasileira.
"Quando a gente está falando de corrupção, a gente está falando de algo muito mais sério, de uma elite que tem capacidade de gerir recursos públicos e está desviando recursos que deveriam ser repartidos entre todos ou servir para diminuir a desigualdade", diz Juliana Sakai, da Transparência Brasil.
"Eu acho que é um perigo muito grande reforçarmos essa mentalidade de que o jeitinho brasileiro é associado a uma corrupção sistêmica", explica Suylan de Almeida, da Universidade de Brasília.
Na visão dos pesquisadores, a conexão entre jeitinho e corrupção pode ser superficial e até nociva na medida em que ela projeta uma imagem ou uma identidade de uma nação atolada para sempre.
E essa percepção pode acabar reprimindo mudanças sociais mais profundas, ao induzir à apatia e justificar casos de corrupção sistêmica e individual. Ou seja: ao propor uma suposta explicação cultural incorrigível para o problema.
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