A Polícia Civil de Ilha Solteira solicitou apoio da Marinha do Brasil para ajudar nas buscas pelo corpo da estudante universitária trans Carmen de Oliveira Alves, de 25 anos, desaparecida desde 12 de junho. Naquele dia, ela foi vista pela última vez ao deixar o campus da Unesp, após realizar uma prova do curso de Zootecnia.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Miguel Rocha, a Marinha deve vasculhar os rios do município em busca de qualquer indício que leve à localização do corpo. Caso surjam pistas, mergulhadores serão acionados.
Na sexta-feira (11), cães farejadores do canil da Polícia Militar fizeram buscas em um lote localizado no assentamento Estrela da Ilha, onde está localizada uma das residências de Marcos Yuri Amorim, namorado de Carmen. No entanto, nada foi encontrado.
Esse lote é apontado como o último local onde Carmen esteve, conforme revelado por meio da quebra do sigilo do celular dela, autorizada pela Justiça. Os dados dos celulares de Yuri e de um segundo suspeito também indicam que ambos estiveram com Carmen nesse mesmo local. A suspeita da Polícia Civil é que ela tenha sido morta ainda no dia 12 de junho e que seu corpo tenha sido ocultado pela dupla.
TRIÂNGULO AMOROSO E MOTIVAÇÃO
Na noite de quinta-feira (10), a Polícia Civil prendeu temporariamente, por 30 dias, o estudante Marcos Yuri Amorim e o policial militar da reserva Roberto Carlos de Oliveira. Ambos são suspeitos de envolvimento no caso, inclusive com um suposto relacionamento amoroso e financeiro os dois. A Justiça autorizou a prisão devido aos fortes indícios de que eles foram as últimas pessoas a estar com Carmen.
Inicialmente tratado como desaparecimento, o caso passou a ser investigado como feminicídio. A polícia apura se o crime foi motivado pela pressão que Carmen exercia sobre Yuri para que o relacionamento entre os dois se tornasse público. Embora a família dela soubesse da relação, o namoro não era assumido socialmente.
No notebook de Carmen, os investigadores encontraram uma pasta que havia sido apagada, com informações que indicam que a jovem investigava o envolvimento de Yuri em furtos de fios de usinas de energia solar e de açúcar e etanol da região. A suspeita é de que Carmen tenha usado esses dados como forma de pressionar o namorado.
INVESTIGAÇÕES E DEFESAS
A prioridade da Polícia Civil, neste momento, é encontrar o corpo de Carmen. A investigação segue em andamento.
A reportagem entrou em contato com o advogado Darley Barros Junior, defensor de Marcos Yuri Amorim, que ainda não se manifestou. Já o advogado Miguel Ângelo Micas, que representa Roberto Carlos de Oliveira, declarou que seu cliente é inocente e “não praticou qualquer crime”. Como é oficial da reserva, o suspeito está sob custódia da Polícia Militar.
FAMÍLIA QUER RESPOSTAS
Após a prisão dos suspeitos, o pai de Carmen, Gerson Romualdo Alves, agradeceu às autoridades pelo empenho. “A gente só tem a agradecer aos investigadores, ao delegado, à guarda e ao pessoal que nos apoiou para dar uma resposta para a família. Agora nós queremos descobrir onde está Carmen, precisamos do corpo para ficar em paz, e que punam devidamente as pessoas que fizeram essa brutalidade com ela”, declarou.
ALVOS DA VIOLÊNCIA
O assassinato de Carmen expõe mais uma vez a violência que atinge pessoas trans no Brasil, o país que mais mata essa população no mundo. A expectativa de vida de uma mulher trans no Brasil é de apenas 35 anos. Carmen tinha 25.
Segundo levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), 122 pessoas trans foram assassinadas no Brasil, no ano passado. O estado de São Paulo lidera o ranking, com 16 casos registrados.
Marcos Yuri e o PM da reserva Roberto Carlos foram presos em Ilha Solteira (SP)
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