A mulher presa em flagrante por levar o cadáver do suposto tio para assinar empréstimo em um banco, vai ser transferida para um presídio nesta quarta-feira (17/4). A informação foi confirmada pelo delegado do caso. Na quinta-feira (18), está prevista a audiência de custódia. O caso foi registrado em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Érika de Souza Vieira Nunes pretendia pedir um empréstimo de R$ 17 mil no nome de Paulo Roberto Braga, de 68 anos. Ela se apresentou primeiro como sobrinha, mas ela seria uma prima distante de Paulo e cuidava do idoso. Entre o pedido aprovado e o futuro saque do valor, o idoso foi internado com pneumonia, ficando em uma unidade de pronto atendimento.
Para o empréstimo, era necessário que o idoso assinasse um termo. Nas imagens, ele aparece em óbito, sentado numa cadeira de rodas.
Veja algumas frases ditas por Érika a Paulo Roberto dentro da agência bancária:
“Está ouvindo? Se o senhor quiser assinar. Se o senhor não assinar, não tem como."
"Eu não posso assinar pelo senhor, o que eu posso fazer eu faço. Igual um documento aqui”
“Paulo Roberto Braga. O senhor segura a cadeira forte para caramba aí. Ele não segurou ali a porta?”
“Segura, tio. Assina para não me dar mais dor de cabeça, eu não aguento mais, tem que ir ao cartório. Não aguento mais.”
“Tio, você está sentindo alguma coisa? Ele não diz nada, ele é assim mesmo."
"Se você não ficar bem, eu vou te levar para o hospital. Quer ir para o UPA de novo?”
As funcionárias do banco, que gravavam a ação, passaram a suspeitar da atitude. Em seguida, acionaram as autoridades. Segundo o Samu, Paulo Roberto já estava morto há duas horas. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) e vai passar por necropsia para atestar a causa da morte.
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Delegado cita "frieza" em depoimento
Segundo a polícia, Paulo Roberto morava sozinho em uma garagem, na Vila Aliança, comunidade de Bangu.
Agora, a polícia investiga se Érika cometeu furto mediante fraude ou estelionato. Além disso, apura se outras pessoas estão envolvidas. A mulher prestou depoimento na quarta-feira (17) e, segundo o delegado responsável pelo caso, a acusada "não esboçou qualquer reação ou arrependimento", com muita "frieza". A suspeita ainda afirmou que ele não tinha contato com parentes e que ela cuidava dele.
Os funcionários do banco devem prestar depoimento, assim como o motorista de aplicativo que fez o transporte de Érika e do cadáver.
De acordo com a defesa de Érica, os fatos serão esclarecidos no momento oportuno. "Os fatos não aconteceram como foram narrados. O senhor Paulo chegou à agência bancária vivo. Testemunhas também serão ouvidas no momento oportuno. A Érika diz que nada disso aconteceu, que ele chegou vivo e começou a passar mal", afirmou a advogada da suposta sobrinha.
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