A Polícia Civil de Ilha Solteira revelou novos detalhes sobre o caso Carmen de Oliveira Alves, de 26 anos. A universitária trans está desaparecida desde o dia 12 de junho, depois de sair de uma prova no Campus da Unesp de Ilha Solteira, onde cursava Zootecnia. O caso é investigado como feminicídio.
Em um novo depoimento prestado nessa segunda-feira (18), em São José do Rio Preto, onde permanece preso, o namorado de Carmen, Marcos Yuri Amorim, admitiu pela primeira vez a participação na morte da estudante universitária. Porém, afirmou que quem cometeu o feminicídio foi o policial militar ambiental da reserva Roberto Carlos Oliveira. Os dois estão presos desde o dia 10 de julho por suspeita de participação no crime.
Yuri já havia prestado depoimento duas vezes, mas negou a participação no desaparecimento de Carmen. Já neste novo depoimento, ele admitiu que a estudante foi morta na propriedade dele, no assentamento Estrela da Ilha, depois de uma discussão. Porém, afirmou que o autor do crime foi Roberto Carlos.
A versão do namorado de Carmen mudou depois de Roberto Carlos afirmar que Yuri havia sido o responsável pelo feminicídio, e que ele teria "apenas" emprestado a caminhonete para que Yuri ocultasse o corpo.
Mas, em seu novo depoimento, Yuri contou uma história diferente. Ele afirmou que após sair da faculdade (ele era colega de classe de Carmen, no curso de Zootecnia da Unesp de Ilha Solteira), ele passou na casa de Roberto Carlos, mas ele não estava, pois havia saído para comprar um celular.
Ainda de acordo com as declarações de Yuri, quando chegou ao sítio, Carmen já estava no local e os dois teriam discutido porque Carmen queria que ele assumisse publicamente o relacionamento.
Yuri alegou que ele e Carmen entraram na casa e que a discussão se agravou, momento em que Carmen teria pegado uma faca na cozinha e tentado ataca-lo, dizendo que iria mata-lo e, em seguida, se matar.
Os dois teriam iniciado uma luta e Yuri teria puxado Carmen pelos cabelos e jogado a estudante no chão. Nesse momento, de acordo com o depoimento, ela teria batido a cabeça e desmaiado.
Yuri afirma que tentou ligar para Roberto, pois queria socorrer Carmen. Porém, quando Roberto chegou no sítio, ela ainda estava desacordada no chão.
Na versão de Yuri, nesse momento, Roberto usou uma barra de ferro e uma faca para assassinar a estudante. Depois, os dois teriam arrastado o corpo para um curral e colocado em cima de uma lona.
Em seguida, teriam arrastado a lona com o corpo até o fundo do sítio, às margens do rio São José dos Dourados e depois saíram para dispensar um balde de terra com sangue e o celular da estudante, que foi quebrado antes de ser jogado às margens de uma rodovia. Peças de um aparelho semelhante foram recuperadas e estão nas mãos da perícia.
Ainda segundo o novo depoimento, Yuri teria entrado em estado de choque e quem teria desaparecido com o corpo de Carmen teria sido o policial ambiental Roberto Carlos.
O policial também teria sido o responsável por desaparecer com a bicicleta elétrica de Carmen e com as armas do crime. Em seguida, os dois teriam lavado todos os locais onde havia sangue.
DEPOIMENTOS DIFERENTES
O depoimento de Yuri mudou após a defesa dele ter acesso ao conteúdo completo do depoimento prestado pelo policial militar ambiental da reserva Roberto Carlos Oliveira, onde ele afirma que quando chegou ao sítio no assentamento Estrela da Ilha, Carmen já estava morta. O policial declarou ainda que emprestou a caminhonete para que Yuri escondesse o corpo.
A caminhonete de Roberto Carlos e a moto de Yuri passaram por perícia e não foram encontrados sinais de sangue. Porém, roupas e calçados dos dois suspeitos tinham vestígios de sangue que foram enviados para a perícia. O objetivo é comprovar que se trata do sangue de Carmen.
Nessa terça-feira (19), a Polícia Civil realiza uma nova perícia no sítio com o uso da substância luminol, que aponta indícios de sangue, no local apontado por Yuri como sendo o ponto exato em que Carmen foi morta. O resultado ainda não foi divulgado.
TRIÂNGULO AMOROSO
Segundo as investigações, Carmen e Yuri, que se conheciam desde a infância e estudavam na mesma turma no curso de zootecnia da Unesp de Ilha Solteira, tinham um relacionamento amoroso, porém apenas familiares de Carmen sabiam do envolvimento. A estudante estaria pressionando Yuri para assumir o namoro publicamente.
Ao mesmo tempo, Yuri mantinha um relacionamento com o policial Roberto Carlos, de quem era dependente financeiramente.
Outro fato que pode ter culminado no crime é que Carmen teria descoberto o envolvimento de Yuri em furtos na região de Ilha Solteira, e chegou a elaborar um dossiê sobre os crimes, que foi deletado do notebook da estudante.
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