14/06/2024 • 08:22:38

Número de refugiados no Brasil aumentou 117% em 2023

ESTADÃO CONTEÚDO



O Brasil aumentou o número de aprovações de pedidos e o número de refugiados no País em 117% entre 2022 e 2023. Dados do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), administrado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, mostram que 77.193 pessoas foram reconhecidas como refugiadas no ano passado, totalizando 143.033 (em 2022, eram 65.840).

A maioria dos novos pedidos de refúgio foi feita por venezuelanos (50%), cubanos (19%) e angolanos (6%), populações que historicamente pedem refúgio ao Brasil pela proximidade geográfica ou linguística. Questões econômicas e políticas tendem a ser o principal motivo para o abandono de suas terras natais.

Os venezuelanos foram os mais aceitos - 97,6% do total de solicitações aprovadas -, seguidos pelos cubanos (1,2%).

Houve aumento considerável de pedidos de refúgio por vietnamitas (1.142), nepaleses (966), indianos (961), bangladeshianos (340) e turcos (216), povos que até 2022 não apareciam na lista de principais grupos de refugiados no Brasil.

Confira o ranking de países com maior número de solicitantes de refúgio brasileiro em 2023:

Venezuela: 29.467

Cuba: 11.479

Angola: 3.957

Vietnã: 1.142

Colômbia: 1.046

Nepal: 966

Índia: 961

China: 818

Marrocos: 487

Guiana: 441

Líbano: 407

Peru: 372

Nigéria: 365

Bangladesh: 340

Gana: 270

Suriname: 270

República Dominicana: 264

Afeganistão: 248

Camarões: 220

Turquia: 216

Outros: 4.892

Número de refugiados ainda não é maior que no pré-pandemia

Considerando que o País analisou 138.359 pedidos de refúgio - foram registradas 58.628 solicitações em 2023, mas muitos pedidos foram feitos em anos anteriores - a taxa de aceitação do País é de 55,7%, muito superior à do ano passado.

Comparando com 2022, quando o País recebeu 50.355 pedidos e aceitou 5.795, foram 8.273 solicitações a mais este ano e uma variação positiva de 1.232,1% de aceites.

Segundo o OBMigra, 2011 e 2023, 406.695 imigrantes pediram refúgio para o Brasil. Entre 2017 e 2019, o País teve um pico de solicitações de residência longo termo (autorização mais frequente, para permanência de 12 meses ou mais), chegando a ultrapassar 160 mil pedidos - maior patamar já registrado.

Após o boom em 2019, em 2020, as solicitações de reconhecimento de refúgio caíram drasticamente, possivelmente pelo impacto da pandemia. Depois, em 2021, voltaram a aumentar constantemente, chegando ao patamar atual.

Quem busca o Brasil como refúgio?

Apesar do aumento de solicitações de refúgio por pessoas da Ásia, a maioria ainda é feita por pessoas do continente americano, com destaque importante para a Venezuela e, em seguida, Cuba, países que enfrentam situações políticas tensas.

Pouco mais da metade (58%) das solicitações de refúgio de 2023 foi feita por homens e 44,3% das pessoas tinham menos de 18 anos Analisando a série histórica, fica evidente que a diferença por sexo tem diminuído, com mais mulheres imigrando. Em 2018, 92,3% das solicitações foram feitas por homens e 7,7% por mulheres, por exemplo.

"Verifica-se, entre os solicitantes de reconhecimento da condição de refugiado com origem na República Dominicana, a menor variação de distribuição por sexo. Uma proporção de 48,9% de solicitantes homens para 51,1% de mulheres. Em seguida, aparecem os solicitantes cubanos, 53,3% de homens para 46,7% de mulheres, enquanto os angolanos se distribuíram entre 53,7% homens e 46,3% mulheres, e os venezuelanos registraram 54,8% de homens e 45,1% de mulheres", destaca o documento sobre 2023.

Em relação à idade, apenas a Venezuela não concentrou a maioria das pessoas solicitantes no grupo de 25 a 39 anos de idade. A maioria dos venezuelanos solicitantes tinha menos de 15 anos (10 469, 75% do total de pedidos desta faixa etária).

Onde, no Brasil, estão esses refugiados?

Do total de solicitações analisadas em 2023 pelo Conare, o órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública para delibera sobre refugiados, 72% foram feitas da região Norte, 8,9% da Sudeste, 6,4% da Sul, 1,7% da Centro-Oeste e 1% da Nordeste.

Os Estados com maior número de pedidos foram:

- Roraima (71.198);

- Amazonas (19.663);

- Acre (6.565).

Somadas, as pessoas venezuelanas (93.243), haitianas (2.809) e cubanas (539) que solicitaram reconhecimento da condição de refugiado nestes três Estados (96.591) representam 69,8% do total de solicitações analisadas pelo Conare em 2023.

Entre os demais Estados, tiveram números relevantes São Paulo (7,5% do total de solicitações analisadas), Santa Catarina (3,5%), Paraná (1,6%) e Rio Grande do Sul (1,3%).

"No caso de São Paulo, as pessoas solicitantes de reconhecimento da condição de refugiado têm como origem, principalmente, Venezuela (2.137), Angola (1.950), Afeganistão (873), China (863), e Bangladesh (647), o que revela uma organização espacial de fluxos que apesar de não escapar ao principal eixo estruturante do refúgio no Brasil, a mobilidade humana forçada venezuelana se desenha a partir de escalas e origens diversas daquelas observadas na região Norte do País" diz o documento.

Penas mais duras para crimes em escolas entram em vigor

Festas juninas arrecadam quase R$ 150 mil para entidades assistenciais de Araçatuba

Dois morrem após queda de avião em Rio Preto

Prefeitura de Rio Preto demite médica Merabe Muniz da rede municipal de Saúde

Homem morre esfaqueado após briga por aluguel em Rio Preto

Moradora de Rio Preto cai no golpe do falso advogado e perde R$ 2,6 mil

Homem é preso por tráfico de drogas em Mira Estrela durante ação da Polícia Civil

Desemprego recua para 6,2% em maio, o menor para o período desde 2012

Homem é preso e menor apreendido com mais de 400 kg de maconha em Presidente Prudente

Polícia Civil apreende mais de 2 mil comprimidos de ecstasy em casa na zona sul de Rio Preto

De Rio Preto ao Rio: jovem realiza sonho de estudar Ciência de Dados

Polícia Civil apreende 55 kg de drogas e prende suspeito na zona norte de Rio Preto

Compartilhe

© Copyright 2025 SBT Interior - Todos os direitos reservados