A derrota e a eliminação do Brasil para a França na Copa do Mundo de 2019 ainda reverbera na mente das jogadoras e da comissão técnica da seleção brasileira. O time sofreu naquele dia. Na madrugada desta sexta-feira, pelo horário local, a técnica Pia Sundhage e a volante Luana participaram da última entrevista coletiva antes do novo confronto entre Brasil e França, na Austrália.
O jogo, que ocorre no sábado, às 7h (horário de Brasília), deve definir qual equipe passará em primeiro lugar no Grupo F. O histórico, no entanto, é extremamente favorável para as europeias. A seleção brasileira jamais ganhou uma partida contra a equipe francesa em jogos oficiais. Ao todo, foram 11 duelos, com cinco vitórias para a França e seis empates.
Após ganhar na estreia diante do Panamá, o time brasileiro quer começar a mudar essa escrita. "Sempre há histórico contra um time. Quanto mais você joga contra um time como a França, mais você fica perto da vitória. É questão de tempo, temos chances. E sobre a força, se compara 2019 com hoje, é diferente. Ganharam confiança, falam que é possível. Esse é o momento para jogar um grande futebol e ganhar o jogo", disse Pia Sundhage.
A volante Luana relembrou as dores da eliminação quatro anos atrás. "Foi uma derrota amarga. Em jogos assim, o resultado é definido pelos detalhes. Vamos focar nisso, ter atenção extra com as jogadoras mais fortes. Sabemos que os detalhes vão ser importantes. Seremos mais cuidadosas". A França empatou na estreia contra a Jamaica.
A atleta, no entanto, concordou com a treinadora e afirmou que, para as jogadoras, a quebra do tabu se tornou um diferencial para o confronto. "É uma motivação para nós. Vamos ter a oportunidade de mudar esse cenário. Sabemos a importância que esse jogo tem para a classificação. Vamos entrar para ganhar".
De acordo com Pia, o objetivo do Brasil na partida será "tirar as chances" de gol das francesas. Além do foco no setor defensivo, a técnica chegou a revelar um incômodo com o preciosismo brasileiro na hora da finalização das jogadas. "Não ensinei nada nesse sentido, é o jeito do Brasil. Mas o único jeito é estando juntas. Nossas jogadoras querem marcar gols bonitos. A bola está lá e eu penso 'só cabeceie', mas elas querem fazer várias coisas diferentes. Quando funciona é lindo, tenho de permitir, mas às vezes é preciso lembrar que marcar gols é legal também", disse.
Luana se mostrou mais confortável com um jogo defensivo. Apesar de classificar o poder de ataque brasileiro como o diferencial da equipe nesta Copa, a volante sabe da importância do trabalho de marcação. "As meninas são mais ofensivas, então eu procuro antecipar as jogadas e cobrir os espaços para não ficarmos tão vulneráveis. Com a frequência que atacamos, é normal perder as bolas, procuro dar esses toques para todas. A Kerolin, que está no meio agora, é muito ofensiva, estou sempre chamando sua atenção. Todas estão dispostas a escutar. Esse mix é importante".
O Brasil lidera o Grupo F, com três pontos. Uma vitória contra a França garante a equipe nas oitavas de final da competição.
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