Ao menos 30 investigadores do Núcleo de Polícia Judiciária dos 1.º, 2º e 5º Distritos Policiais de São José do Rio Preto (SP) cumpriram mandados de prisões e de buscas domiciliares na manhã desta quinta-feira (22), durante a II fase da ‘Operação Falso Leilão’, deflagrada em Santo André, no ABC Paulista.
Foram quatro mandados de busca e apreensão cumpridos e três de mandados de prisão – todos os investigados foram encontrados nos endereços apontados pela Justiça e detidos. Para realizar a ação, os policiais deslocaram-se em 10 viaturas e tiveram o apoio do Departamento da Polícia Judiciária da Macro (DEMACRO-SP).
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Diversos cartões de banco, máquinas de cartões, celulares e documentos foram apreendidos e possibilitaram o desmanche da organização criminosa especializada em aplicar golpes estelionato.
COMO O GRUPO AGIA
Os suspeitos utilizavam sites falsos de leilão de veículos para atrair as vítimas e, após o cadastro e participação em um leilão dissimulado, eram induzidas a efetuar o pagamento do valor referente ao veículo “arrematado”, com a transferência dos valores para integrantes do grupo. Após o pagamento, quando as vítimas se deslocavam para o suposto pátio da “leiloeira” para retirar o veículo, elas se davam conta de que o pátio não existia ou que o leilão era falso.
COMO UM FALSO LEILÃO VITUAL FUNCIONA
O grupo cria um site falso de leilão de veículos, muitas vezes clonando sites de leiloeiras verdadeiras ou utilizando sites com referência a órgãos públicos (Detran, Tribunais de Justiça, Receita Federal, etc.).
Esses sites criados reproduzem as mesmas funcionalidades dos sites verdadeiros, com informações de “lotes” (veículos a serem arrematados) e “leilões” ocorrendo em tempo real com possibilidade de realização de lances, inclusive com informações de SAC e contato (números que são direcionados aos suspeitos);
As possíveis vítimas são atraídas a estes sites falsos em razão do oferecimento de veículos abaixo do preço de mercado; a partir disso, as vítimas são chamadas a efetuar um cadastro nos sites de leilão falso com o fornecimento dos seus dados completos (nome, nº de documentos endereços e inclusive foto da CNH e selfie) a fim de possibilitar a participação no “leilão”;
Depois, ao participar do “leilão” de algum lote (veículo), as vítimas conseguem facilmente saírem vencedoras, a partir de então, os suspeitos iniciam por meio de chamadas telefônicas e troca de mensagens via WhatsApp, diálogo com as vítimas a fim de induzirem a efetuar a transferência do valor correspondente ao “lote arrematado”;
A vítima recebe o “termo de arremate” (documento falso) e dados do “lote” (veículo arrematado), acreditando que de fato participou de um leilão verdadeiro, em razão dos artifícios empregados, efetua o pagamento do valor do “lote arrematado” mediante transferência PIX ou TED para a conta de um beneficiário do golpe, podendo ser uma pessoa física ou jurídica.
Após a vítima procurar o pátio do leilão para a retirada do lote que acreditou ter arrematado ou quando lhe são solicitadas novas quantias para “liberar” o suposto veículo “arrematado”, que de fato não existe. É quando ela se dá conta que caiu em um golpe.
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