Os preços da batata caíram nos principais mercados atacadistas do País em março, depois de cinco meses seguidos de alta. A média ponderada das cotações do tubérculo teve queda de 21,14% em comparação com fevereiro, mostra o 4º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira, 16. A maior redução foi verificada na Central de Abastecimento (Ceasa) do Distrito Federal (- 61,81%), seguida da Ceasa Rio de Janeiro (-32,02%) e da Central de Pernambuco (- 22,81%).
A pesquisa da Conab considera as cinco hortaliças (batata, cenoura, cebola, tomate e alface) com maior representatividade na comercialização nas principais Ceasas do País e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).
Segundo o boletim da Conab, a queda dos preços da batata pode ser atribuída à maior oferta do produto e ocorreu com a elevada pressão de demanda, impulsionada pelos pratos típicos da quaresma, em particular, a Semana Santa. O boletim ainda mostra que esse movimento de queda continua nas primeiras semanas de abril.
Para a alface também foi verificada uma média ponderada negativa em relação à média de fevereiro (-14,11%), influenciada pelo comportamento do preço na Ceasa em São Paulo, onde os preços caíram 28,0%. Outra Central que apresentou redução no preço da alface foi a do Distrito Federal (- 60,0%).
A cenoura também ficou mais barata no mês passado nos principais mercados atacadistas. "A queda foi influenciada pela maior oferta da raiz nos entrepostos. Em março houve aumento na quantidade do produto no mercado de 8,3% em relação a fevereiro e 9,8% em relação a janeiro", explicou a estatal.
Em contrapartida, tomate e cebola ficaram mais caros. Para a cebola, a alta chegou a 11,74% na média ponderada, influenciada pela maior presença no mercado de produto importado, com a melhor qualidade e com a continuação e concentração da oferta no Sul do País.
Já no caso do tomate a elevação chega a 19,23% na média ponderada, explicada pela redução na oferta, segundo a Conab. "Esse comportamento de diminuição da comercialização do tomate nas Ceasas é reflexo da escassez do fruto em ponto de colheita", comentou.
Frutas
Para as frutas analisadas pela Conab (também de maior peso no IPCA), em março, o movimento preponderante foi de alta para os preços da laranja, mamão e melancia.
A maior elevação foi registrada na média ponderada do mamão, com incremento de 22,44%. De acordo com o Boletim da Conab, o calor e as chuvas no sul baiano e norte capixaba em fins de fevereiro e março, principais regiões produtoras da fruta, que comprometeram tanto o bom desenvolvimento quanto a qualidade e a colheita das frutas, influenciando na alta dos preços para as duas variedades de mamão.
No caso da laranja, houve elevação das cotações e pequeno aumento da comercialização, em meio à boa demanda e à continuidade da escassez da fruta nos pomares, no contexto de baixos estoques nacionais de suco e de altos preços, inclusive para contratos firmados para a próxima temporada.
"Para suprir a demanda no varejo, foi acelerada a colheita das laranjas precoces. A média ponderada de preços para a fruta no atacado teve alta de 10,39%", disse a Conab.
Já a melancia teve aumento de preços e queda da comercialização na maior parte das Ceasas, exceto no Distrito Federal e em Goiás, abastecidas por frutas de Uruana (GO). Conforme a Conab, "as safras baiana e gaúcha chegaram ao fim, e o incremento de oferta originário de Goiás e São Paulo foi lento, o que traz pressão de alta nas cotações".
Apesar de uma leve queda na média ponderada, em março, o mercado atacadista de banana registrou elevação das cotações na maioria dos entrepostos atacadistas por causa primordialmente da restrição da oferta nacional, notadamente da banana prata, em período de entressafra na maioria das regiões produtoras. "Essa configuração deve continuar pelo menos até maio, quando a produção historicamente aumenta em diversas zonas produtoras", destacaram os técnicos da Conab.
Já para a maçã, não houve grandes variações de preços, já que a oferta esteve controlada pelas companhias classificadoras das frutas, sendo as maçãs médias e grandes as preferidas pelos consumidores. Ainda assim, a quantidade comercializada aumentou na maioria dos entrepostos atacadistas influenciando na leve queda dos preços de 2,42%, ao considerarmos a média ponderada.
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