Morreu nesta sexta-feira, aos 80 anos, Wilson Fittipaldi Júnior. Wilsinho, como era mais conhecido, estava internado no Hospital Prevent Sênior, unidade Itaim Bibi, em São Paulo, desde o dia 25 de dezembro. Ele havia sofrido uma parada cardíaca no almoço de Natal, dia em que também celebrava o seu 80º aniversário, e não conseguiu se recuperar dois meses depois.
Wilsinho se engasgou com um pedaço de carne e ficou muito tempo sem oxigenação. O irmão de Emerson Fittipaldi teve uma parada cardíaca e foi reanimado no pronto-socorro. O ex-piloto passou por um procedimento de traqueostomia e, dias depois, foi extubado, sendo transferido da UTI para um quarto do hospital no dia 16 de janeiro.
Nas últimas semanas, a família compartilhou poucas informações sobre o estado de saúde de Wilsinho, que acabou falecendo na manhã desta sexta-feira. Ele deixa a mulher, Rita Reis Fittipaldi, e o filho, também piloto, Christian Fittipaldi. O irmão mais velho do bicampeão Emerson Fittipaldi também era tio-avô de Enzo e Pietro Fittipaldi, este piloto reserva da equipe Haas na F-1.
(Reprodução/ Instagram)
Filho de Wilson Fittipaldi, que ganhou fama pelo trabalho como locutor de automobilismo na rádio, Wilsinho chegou à Fórmula 1 em maio de 1972, com a Brabham. Realizou mais uma temporada com os ingleses no ano seguinte, quando alcançou o seu melhor resultado na categoria: o quinto lugar no GP da Alemanha, somando seus únicos pontos. No total, participou de 38 corridas na principal categoria do automobilismo mundial.
(Reprodução/Instagram)
Em 1975, Wilsinho se uniu ao irmão já bicampeão da categoria para um dos empreendimentos mais ousados da história do automobilismo nacional: a Copersucar. Equipada com motores Ford, o time brasileiro esteve na F-1 durante quatro anos, até 1979. Depois, de 1980 a 1982, passou a se chamar apenas Fittipaldi. Ele esteve apenas no primeiro ano como piloto, sendo um décimo lugar o seu melhor resultado.
De 1976 a 1980, o piloto principal foi Emerson, já consagrado na categoria. Wilsinho se tornou o chefe da equipe, que apresentou bons resultados ao longo de sua trajetória, incluindo um segundo lugar no GP do Brasil de 1978. O projeto, porém, acabou sendo abandonado no início da década de 1980 por falta de apoio financeiro.
Após a investida ousada na F-1, Wilsinho voltou a competir no Brasil. Nas décadas de 80 e 90, ele competia com frequência em diversas etapas da Stock Car, maior competição do automobilismo nacional. Chegou a ser vice-campeão na temporada 1991. Foi ainda vencedor da Mil Milhas, criada pelo seu pai, nos anos de 1994 e 1995.
Wilsinho começou sua carreira no automobilismo sob o impulso do pai, que tinha o apelido de "Barão", como locutor esportivo. Ele iniciou no kart, algo comum no mundo do automobilismo, e depois rumou para a Fórmula Vee. Nos anos 60, disputou a Fórmula 3 inglesa.
No início da década de 70, esteve na Fórmula 2, quando chegou a competir com o austríaco Niki Lauda e com o argentino Carlos Reutemann, e ficou em sexto lugar. O bom desempenho na categoria garantiu ao brasileiro uma vaga na Fórmula 1 em 1972, quando defendeu a equipe Brabham ao lado de Reutemann e Graham Hill. No mesmo ano, disputou o primeiro GP do Brasil, que ainda não valia pontos para o campeonato.
Ele competiu na F-1 com a Brabham por duas temporadas. Em 1974, ficou fora do grid para iniciar seu grande projeto no automobilismo, a primeira e única equipe brasileira na história da F-1, a Fittipaldi-Copersucar, que estreou no grid em 1975. Na temporada de estreia, Wilsinho não somou pontos no campeonato. Acabou sendo sua última temporada como piloto de F-1.
No ano seguinte, seu irmão Emerson assumiu o cockpit, deixando a famosa McLaren para se juntar ao projeto. Em 1982, os irmãos decidiram encerrar o projeto. A equipe faturou três pódios em seus oito anos na F-1. Um deles foi no Brasil, com o 2º lugar em 1978.
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