Autoridades do Casaquistão detêm mais 1.678 pessoas após onda de protestos

Autoridades do Casaquistão informaram nesta quarta-feira (12) que detiveram mais 1.678 pessoas nas últimas 24 horas por suposta participação nos violentos protestos que abalaram a ex-República soviética na semana passada, os mais graves desde que o país conquistou a independência há três décadas.

As detenções adicionais, relatadas pelas autoridades de Almaty, a maior cidade do país e epicentro dos atos, elevaram o número total de prisões para cerca de 12 mil. Mais de 300 investigações criminais sobre distúrbios em massa e agressões a policiais foram abertas.


Protestos contra a alta dos preços dos combustíveis eclodiram na nação de 19 milhões de habitantes da Ásia Central, rica em petróleo e gás, em 2 de janeiro e rapidamente se espalharam por todo o país, com slogans políticos refletindo um descontentamento mais amplo com o governo autoritário do país.

À medida que a agitação aumentava, as autoridades tentaram acalmar os manifestantes e anunciaram um teto para os preços dos combustíveis por 180 dias. O gabinete ministerial renunciou e Nursultan Nazarbayev, ex-líder do país, foi deposto de seu influente cargo de chefe do Conselho de Segurança Nacional.

Ainda assim, nos dias seguintes, as manifestações se tornaram violentas, com dezenas de civis e policiais mortos.

O presidente cazaque, Kassym-Jomart Tokayev, atribuiu as manifestações a "terroristas" apoiados por estrangeiros e solicitou ajuda da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO, na sigla em inglês), uma aliança militar liderada pela Rússia e composta por seis ex-Estados soviéticos. O grupo autorizou o envio de 2,5 mil soldados ao Casaquistão.

Na terça-feira, Tokayev revelou que CSTO começará a retirar suas tropas esta semana, pois completaram sua missão e a situação no país se estabilizou.