Auxílio durante pandemia no Brasil poderia ter custado a metade, avalia FMI

Para o Fundo, os efeitos de estabilização do programa de Auxílio Emergencial no Brasil "excederam em muito" os do sistema de proteção social em vigor antes da pandemia

Auxílio durante pandemia no Brasil poderia ter custado a metade, avalia FMI - Agência Brasil


O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o custo fiscal do auxílio emergencial concedido pelo governo brasileiro durante a pandemia chegou a 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do País entre os anos de 2020 e 2021. Em um cenário alternativo, sugere o organismo, um programa com benefícios menores, de cerca de um terço do valor concedido, ainda protegeria a população em geral, mas a um custo 50% menor.


"Os benefícios eram três vezes maiores do que o benefício social padrão e mais da metade do salário mínimo nacional", diz o FMI no relatório Monitor Fiscal, que avalia a situação das contas públicas dos países-membros, publicado nesta quarta-feira, 12.

Para o Fundo, os efeitos de estabilização do programa de Auxílio Emergencial no Brasil "excederam em muito" os do sistema de proteção social em vigor antes da pandemia. Simulações mostram que, em média, a renda disponível per capita no Brasil subiu 2,1% em 2020, conforme o organismo. Como consequência, o FMI afirma que a taxa de pobreza e o índice de Gini, que mede a desigualdade de renda disponível, caiu "temporariamente" em 2020.

Já em um cenário sem o auxílio emergencial, conforme o FMI, apenas um quarto da perda de renda teria sido absorvido. Já a renda média disponível per capita teria diminuído 4,1%, de acordo com o organismo.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, enfatizou a redução da pobreza no País após a ação do governo, que triplicou os gastos sociais desde a pandemia, durante as reuniões anuais do FMI, que acontecem em Washington. Segundo ele, o nível de pobreza já retomou ao patamar pré-covid no Brasil, inclusive, para uma situação menos pior da vista antes justamente por conta do auxílio emergencial concedido no auge da crise. "O antigo Bolsa Família foi elevado de R$ 180,00, R$ 190,00, para R$ 600,00. É mais do que três vezes", disse Guedes, a jornalistas. Como consequência, a política social brasileira passou de 0,4% para 1,5% do PIB, segundo o ministro.