INVESTIGAÇÃO
Bolsonaro pede para adiar depoimento à PF sobre fake news
Bolsonaro era esperado nesta quinta-feira, 31, para dar explicações na investigação sobre mensagens golpistas de empresários aliados do seu governo
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu nesta quarta-feira, 30, ao Supremo Tribunal Federal (STF) para adiar o depoimento à Polícia Federal (PF) sobre a disseminação de fake news. Bolsonaro era esperado nesta quinta-feira, 31, para dar explicações na investigação sobre mensagens golpistas de empresários aliados do seu governo.
Diálogos recuperados pela Polícia Federal mostram que o ex-presidente pediu para Joseph Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, "espalhar ao máximo" informações falsas sobre o processo eleitoral.
Seis empresários bolsonaristas começaram na mira do inquérito, mas hoje apenas Nigri e Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, são investigados.
Os advogados de Bolsonaro argumentaram que só na noite da última segunda-feira conseguiram uma cópia da investigação. A defesa alega que não há "tempo hábil" para analisar tudo. São mais de duas mil páginas.
JOIAS
O ex-presidente tem outro depoimento marcado nesta quinta-feira. Ele será ouvido no caso das joias. Será o quinto depoimento de Bolsonaro à PF em 2023. O ex-presidente já prestou esclarecimentos sobre as próprias joias sauditas, as fraudes em dados de vacinação da covid-19, os atos golpistas do dia 8 de janeiro e o plano de golpe denunciado pelo senador Marcos do Val.
A PF também vai ouvir a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, o pai dele, o general da reserva do Exército Mauro César Lourena Cid, os advogados Fábio Wajngarten e Frederick Wassef e os assessores Marcelo Câmara e Osmar Crivellati.
Os depoimentos serão simultâneos para evitar uma combinação de versões. Todos são citados no relatório parcial da investigação enviado pela PF ao Supremo Tribunal Federal (STF) e usado para justificar as buscas na Operação Lucas 12:2.
Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro tiveram os sigilos fiscal e bancário quebrados na investigação. A PF quer saber se há transações suspeitas que liguem o casal à venda ilegal de presentes diplomáticos.