Bolsonaro volta a fazer ameaça velada ao STF e diz que povo manda na República

No discurso a apoiadores, Bolsonaro também voltou afirmar que "todos jogarão dentro das quatro linhas da Constituição", se ele for reeleito

Bolsonaro volta a fazer ameaça velada ao STF e diz que povo manda na República - Reprodução


A nove dias do primeiro turno, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), voltou a fazer ameaças veladas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em comício na cidade de Divinópolis (MG), o candidato à reeleição disse que "ninguém manda" na República, a não ser o povo. "E a vontade desse povo se fará presente após as eleições em toda a sua plenitude", declarou.


No discurso a apoiadores, Bolsonaro também voltou afirmar que "todos jogarão dentro das quatro linhas da Constituição", se ele for reeleito. O presidente costuma usar essa expressão para se referir a ministros do Supremo.

"O meu governo sempre jogou dentro das quatro linhas da Constituição. Em havendo a reeleição, todos, sem exceção, jogarão dentro das quatro linhas da Constituição. Ninguém é dono de nada aqui, eu não mando na Presidência da República, tenho limites", disse o candidato. "O prefeito aqui não manda na cidade, tem limites. Assim é dentro de cada Poder. Ninguém manda na República, a não ser o nosso povo. E a vontade desse povo se fará presente após as eleições em toda a sua plenitude", emendou Bolsonaro.

Numa estratégia para evitar o desânimo da militância, num momento em que seu principal adversário na eleição, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), busca o voto útil para decidir o pleito no primeiro turno, Bolsonaro afirmou, mais uma vez, que vai vencer no primeiro turno, embora as pesquisas de intenção de voto não apontem essa possibilidade.

"Nós somos a maioria, nós venceremos em primeiro turno. Não existe eleição sem povo nas ruas. A gente não vê nenhum dos outros candidatos fazendo um comício sequer que se aproxime a 10% do povo que tem aqui", declarou Bolsonaro.

A campanha bolsonarista tem intensificado o movimento para descredibilizar os institutos de pesquisa, que mostram Lula como favorito para vencer a disputa pelo Palácio do Planalto. Para se contrapor ao Datafolha, aliados do chefe do Executivo falam em "Datapovo", numa referência à militância bolsonarista, uma parcela do eleitorado, que comparece aos comícios e foi às ruas no 7 de setembro.

Em Divinópolis, Bolsonaro também atacou os oposicionistas. "Hoje não temos oposição, temos bandidos que querem o mal de sua população. Vamos derrotar esse pessoal nas urnas agora no próximo dia 2 de outubro", afirmou.