Brasileiros que jogam na Ucrânia pedem ajuda para deixar país após ataque russo

Atletas de Shakhtar Donetsk e Dínamo de Kiev, dois dos principais clubes ucranianos, estão reunidos em um hotel na capital Kiev com seus familiares

Brasileiros que jogam na Ucrânia pedem ajuda para deixar país após ataque russo - Reprodução


Jogadores brasileiros que atuam no futebol da Ucrânia gravaram um vídeo nesta quinta-feira, dia 24, pedindo socorro e ajuda para deixar o país. Atletas de Shakhtar Donetsk e Dínamo de Kiev, dois dos principais clubes ucranianos, estão reunidos em um hotel na capital Kiev com seus familiares, mulheres e filhos, desde que a Rússia declarou guerra e iniciou um ataque à nação vizinha. Mísseis foram lançados no país. Havia uma esperança para impedir a guerra com a diplomacia. Por isso os clubes de futebol retornaram para a Ucrânia. Eles estavam na Turquia.


No vídeo, compartilhado pelos jogadores nas redes sociais, eles contam que falta combustível na cidade e que o espaço aéreo da Ucrânia está fechado, dificultando qualquer deslocamento de avião. Vias terrestres e ferroviárias são os prováveis caminhos para deixar o país neste momento. Eles pedem ajuda do governo brasileiro para conseguir voltar para casa. O Itamaraty está trabalhando no assunto.

"Cada um saiu correndo de suas casas para o hotel, com uma peça de roupa e não sabemos como vai ser. Pedimos ajuda para resolver a nossa situação", disse a mulher de um dos atletas brasileiros. Todos estão bem.

Atuando no Shakhtar Donetsk desde 2018, o atacante Fernando, ex-Palmeiras, é um dos brasileiros a falar no vídeo. Ele faz um apelo às autoridades brasileiras e afirma que "não tem como sair do país". Júnior Morais, outro brasileiro no futebol da Ucrânia, disse que a situação é "grave" e aguarda uma solução (do governo) para deixar o local. Todos os estrangeiros na Ucrânia estão na mesma condição. O Estadão mantém o repórter Eduardo Gayer em Kiev.



Vale ressaltar que o elenco do Shakhtar Donetsk estava realizando uma intertemporada na Turquia e, após o fim das atividades, a direção do clube decidiu voltar à Ucrânia mesmo com a iminência de uma invasão russa. Após a declaração de guerra, os jogadores foram levados ao hotel em Kiev, onde também estão os atletas do Dínamo. Quase nenhuma informação sobre a real situação do país foi passada aos brasileiros.

Os brasileiros no hotel afirmam que estão com dificuldades para entrar em contato com a embaixada brasileira na Ucrânia. Os atletas dizem estar decepcionados com a situação (de abandono) e clamam por uma atitude urgente das autoridades para retornar ao Brasil.

APELO - Trio do Metalist 1925, um clube da cidade de Kharkiv fundado em 2016, os jogadores brasileiros Derek, Fabinho e Marlyson também estão com dificuldades para deixar a Ucrânia. Os atletas gravaram juntos um vídeo fazendo um apelo às autoridades do Brasil para deixar o país "o mais rápido possível" e "com segurança". Eles não sabem o que pode acontecer.

"Estamos vivendo um momento crítico aqui no país e nós só queremos sair com segurança. Nossa família está preocupada com a gente e nós não temos notícia de nada", disse Fabinho, em tom apreensivo. Os clubes tentam proteger seus jogadores em hoteis, e monitoram seus passos.