DEIC DEINTER 5 deflagra 2ª fase da operação "Vida Dupla" na capital paulista

Líder de organização criminosa é preso; golpistas eram especializados em fraudes bancárias

DEIC DEINTER 5 deflagra 2ª fase da operação "Vida Dupla" na capital paulista  - Polícia Civil


A partir da investigação de um golpe milionário sofrido por uma médica residente em São José do Rio Preto (SP), a equipe de investigação da DEIC-DEINTER 5 identificou, inicialmente, sete integrantes de uma organização criminosa especializada em fraudes bancárias, praticadas por meio da modalidade conhecida como ”Golpe da Mão Fantasma”.


Diante das evidências colhidas, no mês de novembro de 2024 foi deflagrada a primeira fase da operação, com cumprimento de mandados judiciais nas cidades de São Paulo, Barueri, Jandira, Osasco e Sorocaba. Como resultado, foram apreendidos diversos materiais documentais relevantes para a investigação, além da prisão em flagrante de um integrante de facção criminosa, encontrado na posse de mais de cinquenta quilos de entorpecentes conhecidos como “drogas gourmet”.

No prosseguimento das diligências, a equipe identificou E.L.S., empresário de 39 anos, residente em Barueri, como um dos principais articuladores do esquema criminoso. O investigado ostentava alto padrão de vida, possuindo escritório em um dos endereços comerciais mais exclusivos de Alphaville e residindo em uma mansão localizada em um condomínio de luxo na Granja Viana.

Diante dos elementos probatórios reunidos, foi planejada a segunda fase da operação. Duas equipes da DEIC-São José do Rio Preto deslocaram-se até a capital paulista, onde, após três dias de vigilância, lograram êxito na prisão do criminoso no momento em que ele ingressava no condomínio onde reside.

Na sequência, foram realizadas diligências no escritório comercial do investigado, resultando na apreensão de vasto material vinculado à atividade criminosa, incluindo cartões bancários, máquinas de cartão, documentos de diversas empresas utilizadas nos golpes, aparelhos celulares, computadores, talonários de cheques e uma máquina de contagem de cédulas.

Durante a abordagem, o criminoso confessou sua participação nos delitos, admitindo ter movimentado mais de cinquenta milhões de reais nos últimos anos, causando prejuízos expressivos a vítimas e instituições financeiras. As investigações prosseguem com o objetivo de identificar outros coautores, incluindo empresários e gerentes bancários possivelmente envolvidos nas transações ilícitas.

Nessa segunda fase da operação a polícia civil contou com o apoio da FICCO-SP (Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado).

Golpe da Mão Fantasma

O golpe da mão fantasma, também conhecido como golpe de acesso remoto, é uma técnica fraudulenta em que criminosos ganham acesso remoto ao dispositivo de uma vítima — como um celular, tablet ou computador — para realizar ações sem o conhecimento ou consentimento da pessoa. O nome “mão fantasma” vem da ideia de que o criminoso pode operar o dispositivo da vítima à distância, como se fosse uma “mão fantasma”, realizando transações financeiras, roubando dados pessoais e alterando configurações de segurança, sem que a vítima perceba.

Esse golpe acontece quando a vítima, geralmente por meio de um link malicioso, é induzida a instalar um software de controle remoto ou fornecer permissões de acesso a um criminoso. O golpista, então, tem acesso ao dispositivo da vítima e pode monitorar atividades, realizar compras online, transferir dinheiro ou até mesmo roubar dados sensíveis, como senhas e informações bancárias.