Em sabatina, Bolsonaro garante manutenção do mínimo e Guedes na Economia

Ao SBT e pool de veículos, candidato falou ainda sobre STF, reaproximação com Moro e orçamento secreto

Em sabatina, Bolsonaro garante manutenção do mínimo e Guedes na Economia - Divulgação/SBT


O candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) defendeu a política econômica do governo e a permanência do ministro Paulo Guedes na área, prometeu manter o Auxílio Brasil e a correção do salário mínimo e atribuiu ao Congresso o orçamento secreto, em sabatina promovida pelo SBT em parceria com um pool de veículos de comunicação -- CNN Brasil, Estadão/Rádio Eldorado, Veja, Terra e Nova Brasil, na noite desta 6ª feira (21.out). O presidente ainda garantiu que não pretende pedir o aumento do número de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nem o impeachment de nenhum deles e comentou a reaproximação do o ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro.













Lula foi convidado para o debate promovido pelo SBT e pelo pool de veículos de comunicação, mas recusou o convite. Conforme estabelecido nas regras do debate, aprovadas pelas campanhas, caso um candidato não fosse, o outro participaria de uma sabatina com os jornalistas dos veículos do pool. 

Bolsonaro foi sabatinado por uma hora. Ele chegou aos estúdio do SBT, em São Paulo, perto das 21h, e criticou a ausência do adversário. "Lamento o outro lado não comparecer. Eu vou ficar exposto às perguntas e espero poder corresponder à altura. Temos muito o que falar e mostrar o que o governo fez, como atendeu a todos. O outro lado se esconde. Criam fake news", afirmou o presidente, aos jornalistas, antes da sabatina. 

Na entrevista, Bolsonaro foi perguntado sobre os rumos da economia no país e a permanência do ministro Paulo Guedes em um eventual novo governo; sobre indicações ao Supremo Tribunal Federal (STF); sobre orçamento secreto e igualdade racial, entre outros.

"O mundo todo sofreu com inflação, aumento de preço, o Brasil não foi diferente. Com a política do 'fica em casa, a economia a gente vê depois', foi um grande teste aqui também", disse Bolsonaro. "Paulo Guedes continua." O candidato afirmou que a área é comandada por Guedes, mas "nas questões estratégicas, a palavra final é minha". "Criamos programas para que não tivesse desemprego no Brasil", acrescentou sobre a parceria com o ministro.

Bolsonaro falou sobre auxílio Brasil e a indexação do salário mínimo à inflação. O presidente e candidato negou uma proposta para alterar o índice de correção do salário mínimo -- que poderia ser reajustado abaixo da inflação. "É inadmissível falar isso."

"Para mexer na Constituição, tem que ter um quórum qualificado -- 3/5 na Câmara e no Senado. Eu duvido que um só parlamentar votasse favorável a essa proposta de 'desindexação'", disse Bolsonaro. "É inadmissível falar isso. Nós temos concedido reajuste ao longo do meu mandato na inflação."

Questionado sobre a criação de mais ministérios, Bolsonaro afirmou que deve aumentar em três o total de pastas no governo. Citou, como exemplo, um ministério voltado à Indústria, Comércio e Serviços e outro para Esportes. "Possível criação de ministério: estamos com 23 é bem menor do que os 39 que tínhamos há um tempo atrás. Há a possibilidade de criar mais 3, sim, existe."

STF, orçamento secreto e Moro

Questionado sobre as propostas de aumento do número de ministros do Supremo, ele negou e afirmou que não vai apresentar um novo pedido de impeachment contra o ministrro Alexandre de Moraes -- como fez no passado. 

"Eu já entrei no passado com um pedido de impeachment do senhor Alexandre de Moraes. Não prosperou por decisão do presidente do Senado. O perfil do atual Senado foi mais para a centro-direita, mais independência vamos assim dizer. Eu não pretendo entrar com nenhum pedido de impeachment."

Sobre aumentar os ministros, ele voltou a dizer que não pretende. "Da minha parte, não pretendo aumentar o número de ministros". Adotada durante o período da ditadura militar no Brasil, a ampliação do número de ministros do STF voltou à tona depois que Bolsonaro, em entrevista a um podcast, afirmou que a "sugestão" já havia chegado a ele, mas que poderia ser descartada se o Supremo baixasse "um pouco a temperatura". 

Bolsonaro respondeu ainda sobre o orçamento secreto -- indicação de verbas do Orçamento da União por parlamentares sem identificação do autor -- e afirmou, mais uma verz, que o modelo foi iniciativa do Legislativo e atribui sua criação ao ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (sem partido-RJ). "Os parlamentares acham que administram melhor o orçamento. Da minha parte, eu gostaria, mas tenho que ceder." O presidente afirmou que "gostaria que esse orçamento estivesse mais em minhas mãos." "Por vezes você é obrigado a ser curvar para o Legislativo."

Bolsonaro ainda explicou a reaproximação com o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. "Ele, como eu, não quer a volta do PT." O presidente aproveitou a pergunta para atacar Lula: "Ele teme que se o Lula voltar vai ser uma desgraça para o Brasil. Por isso nos aproximamos e estamos nos dando bem." Afirmou que não há acertro entre eles para que o ex-juiz da Lava Jato assuma um ministério em um eventual novo governo.

A sabatina foi transmidida ao vivo pela TV, rádios e plataformas dos veículos na internet, além do SBT News.