Energia fotovoltaica cresce 83,7% na área rural brasileira

Araçatuba pode fechar o ano com mais sistemas solares instalados do que nos três anteriores, sendo que o primeiro foi conectado no município em 2019

Energia fotovoltaica cresce 83,7% na área rural brasileira - Divulgação


O número de instalações de sistemas fotovoltaicos no meio rural brasileiro cresceu 83,7% em 2021 em relação ao ano anterior. A informação é da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Especificamente em relação a Araçatuba (SP), em dez meses deste ano, o campo ganhou 20 sistemas fotovoltaicos, apenas um a menos do que em todo ano 2021.


Os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indicam que o município pode fechar o ano com mais sistemas do que foi instalado desde 2019, quando houve a primeira conexão local.

O que reforça essa possibilidade é o projeto de lei 5.829 de 2019, sancionado no início de 2022 na Lei 14.300/22, e que institui o Marco Legal da Microgeração e Minigeração Distribuída. A legislação institui que quem protocolar a instalação até dia 07/01/2023 será isento de encargos até 2045. Ou seja, ainda há pouco mais de dois meses para os proprietários rurais se valerem da lei.

“Quem colocar energia solar neste ano estará isento de pagar componentes da tarifa”, comenta Francis Polo, engenheiro e CEO de uma empresa que desenvolve projetos e instala sistemas fotovoltaicos sediada em Araçatuba, e com unidades em São José do Rio Preto e Sorocaba (SP), Umuarama (PR) e Comodoro (MS). É dele o levantamento feito junto à Aneel para verificar o cenário da energia fotovoltaica em Araçatuba.

UTILIZAÇÃO

A energia fotovoltaica pode ser utilizada no campo de diferentes formas, como irrigação de plantações, monitoramento e auxílio no processo produtivo, fonte de energia para cercas elétricas, bombeamento de água e refrigeração.

A primeira instalação fotovoltaica na área rural de Araçatuba ocorreu em 2019 quando ocorreram outras duas, sendo que diminuiu para apenas uma no ano seguinte, passou para 21 em 2020 e chegou a 20 neste ano, até o momento. O município conta com 45 propriedades rurais que contam com Geração Distribuída (GD) e 70 unidades recebedoras de crédito, ou seja, 25 outros imóveis compartilham os créditos gerados estando sob o mesmo CPF ou CNPJ e atendidos pela mesma concessionária. A potência instalada total é de 826,94 kW.

Francis Polo afirma que são diversos os benefícios da energia solar fotovoltaica, começando pelo seu baixo impacto ambiental, sendo uma das mais sustentáveis do mundo, renovável e limpa, uma vez que não emite poluentes nem utiliza matérias-primas escassas na natureza. O sistema também contribui para a diminuição da poluição sonora. O seu funcionamento é silencioso e discreto, evitando a produção de ruídos desagradáveis.

Desde 2012, quando houve a primeira instalação fotovoltaica na área rural brasileira, o país soma 71,1 mil conexões, 101 mil consumidores rurais abastecidos, 1,3 gigawatts de potência instalada, o que corresponde a 13% do total incluindo telhados e pequenos terrenos no Brasil (casas, comércios e indústrias), e 4.612 municípios com pelo menos um sistema de energia solar instalado no meio rural.

DE 3ª PARA 2ª

A matriz elétrica brasileira tem atualmente 200 gigawatts (GW) de capacidade instalada. As hidrelétricas são responsáveis pela maior parte dessa produção, e somam um volume em torno de 110 GW. Na sequência, a fonte eólica está em segundo lugar, totalizando 22,3 GW. Enquanto a energia solar fotovoltaica, a terceira colocada, conta com mais de 20,2 GW de capacidade instalada. Até o final do ano, há uma grande possibilidade de que a matriz solar fotovoltaica ultrapasse a fonte eólica até o final do ano, segundo especialistas da associação.

De acordo com boletim de julho do Ministério de Minas e Energia (MME), as fontes renováveis deverão aumentar sua participação na matriz, e a capacidade instalada de geração distribuída solar cresceu e continua em destaque, com tendência de aumento de mais de 80% em 2022, em relação a 2021. A participação da fonte solar fotovoltaica na oferta interna de energia elétrica do Brasil deve aumentar de 2,5% para 4,1% em 2022, indica o boletim de energia, publicado em 10 de outubro.