POLÍTICA
George Santos, deputado brasileiro nos EUA, é preso e responderá por diversas acusações
A acusação diz que Santos induziu apoiadores a doar para uma empresa sob o falso pretexto de que o dinheiro seria usado para apoiar sua campanha. Em vez disso, diz, ele o usou para despesas pessoais
O deputado americano de origem brasileira George Santos foi preso, acusado de lavagem de dinheiro e outros crimes federais nesta quarta-feira, 10, antes de uma audiência no tribunal de Nova York.
Santos terá de responder a sete acusações relacionadas à fraude eletrônica, três de lavagem de dinheiro, uma de roubo de fundos públicos e duas por fazer declarações falsas à Câmara dos Deputados, segundo o jornal americano The New York Times.
A acusação diz que Santos induziu apoiadores a doar para uma empresa sob o falso pretexto de que o dinheiro seria usado para apoiar sua campanha. Em vez disso, diz, ele o usou para despesas pessoais, incluindo roupas de grife de luxo e para pagar seus cartões de crédito.
Santos, que se tornou conhecido por mentir no currículo antes de se eleger deputado por Nova York no ano passado, tem problemas com a Justiça brasileira, inclusive inquéritos por estelionato tramitando na Justiça do Rio de Janeiro.
Na terça-feira, 9, Santos disse à Associated Press que as acusações eram desconhecidas por ele. "Isso é novidade para mim", afirmou.
Santos admitiu ter mentido sobre ter ascendência judaica, formação em Wall Street, diploma universitário e um histórico como estrela do vôlei.
O procurador federal Breon Peace disse que as acusações "buscam responsabilizar Santos por vários esquemas fraudulentos e deturpações descaradas".
"Em conjunto, as alegações acusam Santos de agir em repetidas desonestidades e enganos para chegar aos salões do Congresso e enriquecer", disse Peace.
O republicano enfrenta pressão de seus correligionários e eleitores, que já pediram sua renúncia. Em março, o Comitê de Ética da Câmara abriu uma investigação contra o congressista. A comissão vai investigar eventuais atividades ilegais em sua campanha, possíveis violações de leis federais na atuação dele em uma empresa e a denúncia de assédio feita por um assessor que trabalhou em seu gabinete.
Rede de mentiras
Entre outras alegações, Santos disse ter diplomas da Universidade de Nova York e do Baruch College, apesar de nenhuma das instituições ter registro de sua frequência. Ele alegou ter trabalhado no Goldman Sachs e no Citigroup, o que também não era verdade.
Santos disse falsamente que era judeu e que seus avós escaparam dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. O deputado, que se identifica como gay, também não revelou que foi casado com uma mulher por vários anos, terminando a relação em 2019. (Com agências internacionais).